Nove meses consecutivos de alta. A aceleração dos preços médios do aluguel de imóveis residenciais não tem dado trégua e em março de 2022 foi de 1,63%, de acordo com o Índice FipeZAP+. Na prática, a medição representa a maior variação apurada desde junho de 2011, superando o cenário de fevereiro, quando o aumento foi de 1,36%, a maior aceleração, até então, desde dezembro de 2011 nessa categoria.
Ao se observar a aceleração no valor médio praticado em 25 cidades nos últimos nove meses, o monitor da evolução da oferta e da demanda por moradia mostra o peso da entrada em 2022: em julho foi de +0,13%, agosto +0,37%, setembro +0,52%, outubro +0,57%, novembro, +0,66% e dezembro de 2021 +0,80%; além de janeiro +1,03%, sem contar fevereiro e março.
Com isso, ao final do primeiro trimestre de 2022, o índice acumulou uma alta de 4,07%, superando nesse intervalo a inflação medida pelo IBGE (+3,20%). Só em março, a inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,62%, após alta de 1,01% em fevereiro. Foi o maior resultado para o mês desde 1994.
Por outro lado, o acumulado do índice ficou abaixo da variação acumulada pelo IGP-M/FGV no período (+5,49%).
Só Pelotas, na Região Sul do Rio Grande do Sul, teve ligeiro declínio de 0,07% na variação em março. Entre as 11 capitais observadas, Goiânia novamente acumulou o maior avanço do índice (+4,93%). Fortaleza (+3,19%), Florianópolis (+3,05%), Salvador(+2,91%), Belo Horizonte (+2,62%), aparecem na sequência. Por fim, a lista inclui Curitiba (+2,27%), Rio de Janeiro (+1,86%), Recife (+1,26%), Brasília (+1,09%), São Paulo (+1,08%) e Porto Alegre (+0,55%).
Na média, o preço por metro quadrado no último mês nos anúncios de novos aluguéis foi de R$ 32,75. Em fevereiro, a metragem média foi cotada em R$ 32,76. Entre as capitais, São Paulo, novamente, teve a área mais cara: R$ 40,69/m². Os bairros de Itaim Bibi, Pinheiros, Jardins, Moema e Paraíso têm os maiores preços médios de locação.
Em linha, as outras capitais com o metro quadrado mais caro para quem paga aluguel são Recife (R$ 37,24/m²), Brasília (R$ 35,00/m²) e Rio de Janeiro (R$ 33,52/m²). Já as capitais monitoradas com menor valor de locação residencial na última apuração mensal incluíram: Fortaleza (R$ 20,28/m²), Goiânia (R$ 22,42/m²), Porto Alegre (R$ 25,12/m²) e Curitiba (R$ 25,27/m²) .
Para os proprietários que usam as unidades residenciais para obter renda com aluguel, o retorno foi de 4,79% ao ano – percentual inferior à rentabilidade média projetada para aplicações financeiras de referência nos próximos 12 meses.
Preços praticados nos últimos 12 meses
Considerando os resultados mensais dos últimos 12 meses encerrados em março de 2022, o índice acumula uma alta nominal de 7,59%, variação inferior à inflação apurada no mesmo horizonte pelo IPCA/IBGE (+11,30%) e pelo IGP-M/FGV (+14,77%).
Dentro desse critério, todas as 25 cidades monitoradas compartilham da alta nos preços do aluguel residencial. As maiores variações foram registradas nas capitais Goiânia (+21,46), Fortaleza (+17,89%), Curitiba (+16,92%), Florianópolis (+15,91%), Recife (+13,33%).
Matéria publicada e, 19/04/2022