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08/01/2017

Pesquisa aponta otimismo no mercado imobiliário

Desemprego preocupa. Segundo o consultor jurídico da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, é improvável que os preços dos imóveis subam.

A crise econômica prejudicou diversos segmentos nos últimos anos, entre eles o mercado imobiliário. Porém, a expectativa dos consumidores, dos corretores e também das imobiliárias é de números melhores para 2017. O ano é considerado bom para fazer negócios em função da redução da taxa de juros e da estabilização dos preços. 

Segundo uma pesquisa realizada pelo portal imobiliário VivaReal, por meio da qual são avaliadas as tendências e as percepções do setor através da opinião dos públicos envolvidos, para quase 80% dos consumidores os preços dos imóveis permanecerão estáveis e, por isso, a flexibilidade na negociação tende a aumentar. Mais de 70% das pessoas estão otimistas com o mercado imobiliário, apesar de estarem com o pé atrás em relação à situação econômica do país. 

Para os incertos ou pessimistas, os principais motivos de desconfiança em relação ao mercado imobiliário são a instabilidade, o desaquecimento e os juros altos. No que diz respeito à economia do país, as incertezas dos entrevistados esbarram na corrupção e nas crises política e econômica. 

Desemprego preocupa. Segundo o consultor jurídico da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, é improvável que os preços dos imóveis subam. Eles devem permanecer estáveis ou ter uma pequena queda. “Não acredito que vá haver um aumento, pois a condição do país não favorece adquirir um imóvel por um preço mais elevado. Além disso, a taxa de juros baixou, mas ainda é consideravelmente alta e o mercado da construção civil já não disponibiliza mais tantos imóveis como antes”, afirma. 

Por outro lado, segundo Costa, as medidas do governo para fomentar o mercado, como a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a redução da taxa de juros visando ajudar na aquisição da casa própria são benéficas. “A ideia de baixar os juros é interessante, pois dá uma condição melhor para adquirir imóveis em longo prazo. Como o financiamento depende do pagamento de várias prestações, às vezes em 360 meses, isso dá resultado prático em longo prazo”, explica. 

Costa ressalta, porém, que não adianta somente o incentivo do governo. “Se há um desemprego muito grande, ter coragem para assumir um contrato tão longo é mais difícil, afinal é um contrato de vários anos. O que acho que vai influenciar mais em curto prazo será a questão global da economia, se o desemprego vai cair e se as pessoas terão renda. Vale lembrar que precisa de uma entrada para adquirir um imóvel. Então, tem muitos fatores além da taxa de juros”. 

Já a presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, lembra que a demanda por moradia é constante, independentemente da situação econômica do país. “Independentemente de crises ou de facilidades de crédito, a demanda continua. Então, as pessoas têm de se organizar para encontrar a sua moradia”, frisa. 

Cássia também destaca a insegurança com a questão do desemprego e acredita que os preços em 2017 tendem a ficar estáveis. “Não acredito que teremos aumento nem queda mais. Teremos um patamar para as pessoas se reorganizarem e voltarem a realizar suas compras. Acredito que teremos um aumento no número de vendas e de negócios realizados em 2017. Creio que o mercado imobiliário vai ter essa grata surpresa”, diz. 

Para isso, segundo ela, é fundamental promover formas de pagamentos atraentes aos consumidores. “O que a gente percebe é que mais condições e mais facilitadores de crédito devem ser apresentados aos consumidores para que eles tenham essa coragem de assumir o financiamento”. E completa que os feirões de imóveis são boas alternativas para quem deseja realizar o sonho da casa própria. “Os feirões possibilitam que em um mesmo espaço físico o cliente possa ter acesso a informações variadas até debater diretamente o outro lado. Esses eventos facilitam as oportunidades de negociação, é bom para o cliente e para as construtoras e incorporadoras”, explica. 

“A ideia de baixar os juros é interessante, pois dá uma condição melhor para adquirir imóveis em longo prazo.” Vinícius Costa, consultor jurídico.

Cenário previsto flexibiliza negociação - De acordo com a pesquisa realizada pelo portal imobiliário VivaReal, a maioria dos corretores entrevistados afirmou crer que o preço dos imóveis permanecerão estáveis tanto para venda como para aluguel em 2017. Por consequência disso, 58% acreditam que a negociação estará mais flexível. O estudo também apontou que 67% desses profissionais estão otimistas com o mercado imobiliário e 60% deles acreditam no aumento das vendas.
 
Assim como os corretores, as imobiliárias também citaram que os preços permanecerão estáveis para venda e aluguel. Um ponto positivo para os consumidores interessados em adquirir a casa própria em 2017 é que a maior partes das imobiliárias sinalizou estar mais disposta a negociar. Outro ponto que beneficia o comprador é a previsão de que os descontos também serão maiores do que os praticados em 2016. 
Comparando as expectativas entre os perfis dos entrevistados, os consumidores acreditam mais na diminuição dos preços enquanto os corretores e as imobiliárias apostam na estabilidade. 

Amostra. A pesquisa foi realizada no período de 11 a 23 de novembro do ano passado. Foram entrevistados 1.545 consumidores, 482 corretores e 432 imobiliárias de 25 Estados e 326 cidades do Brasil. Entre os consumidores, 51% são mulheres e 49%, homens. A maioria são casados, vivem em união estável e possuem renda familiar superior a R$ 3.418 por mês. (RA) 

FONTE: O TEMPO