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16/08/2021

Pesquisa: mesmo com alta dos insumos, setor imobiliário no DF revela otimismo

Levantamento da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF) demonstra que empresários do setor apostam na melhora dos negócios para este trimestre

 

A Associação Brasileira de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF) levantou novos dados sobre as expectativas de demanda para o setor nos próximos três meses. A pesquisa, divulgada nessa sexta-feira (14/8), revela que 55% dos empresários apostam na melhora dos negócios no período, enquanto 50% deles acreditam em um aumento da procura por imóveis.

A pesquisa Sondagem do Mercado Imobiliário do Distrito Federal tem periodicidade trimestral. Entre outros temas abordados estão os desafios do período. Para 95% dos entrevistados, o aumento dos custos com insumos é um dos principais.

A dificuldade para consegui-los faz parte dos obstáculos das empresas que atuam nesse mercado. Entre os itens listados, 95% dos empresários mencionaram o aço; 45% citaram as louças; 35%, o PVC e o cobre; e 25% falaram do vidro e da madeira.

Para o presidente da Ademi-DF, Eduardo Aroeira Almeida, duas razões para a falta desses materiais. "A primeira é o aumento da busca por imóveis, que ocorreu devido aos juros baixos de financiamento imobiliário, para que as prestações caibam no bolso das pessoas. Além disso, a pandemia ressignificou esse bem, fazendo com que as pessoas passassem a valorizar muito mais um de qualidade. Isso gera mais obras e, por consequência, o aumento da demanda dos principais insumos", comenta.

O segundo fator, segundo Eduardo, é externo: "A pandemia também impactou a construção civil nos demais países. Isso faz com que a exportação de insumos diminua a oferta no Brasil, (sendo) mais difícil a aquisição (aqui). Com o aumento da demanda por causa do mercado interno e a diminuição da oferta por causa do mercado externo, há essa grande dificuldade, tanto no fornecimento quanto no preço (dos produtos)", avalia.

O levantamento mostra que as 20 empresas dos entrevistados para o levantamento têm imóveis em fase de obras e 95% delas estão com empreendimentos à venda. Entre os temas que geram preocupação para os empresários estão: insegurança jurídica (60%), aumento da carga tributária (40%) e falta de profissionais ou alto custo para contratação de trabalhadores qualificados (50%).

"Com o aumento (das construções) na pandemia, a carga tributária mais alta, a busca por trabalhadores qualificados e a insegurança jurídica tomam uma dimensão maior. Assim, a alta no volume das obras potencializa os outros três itens", observa Eduardo Aroeira.

Os empreendedores ouvidos na pesquisa também acompanham com atenção outros assuntos que têm impacto direto sobre o ambiente de negócios do Distrito Federal. Um deles é a desburocratização e a simplificação de processos pelo poder público, citada por 95% dos empresários. Além disso, 75% mencionou o combate à ocupação ilegal de terrenos.

Os resultados da Sondagem do Mercado Imobiliário indicam, ainda, que os empreendedores do setor acompanham a pauta nacional. Entre os executivos ouvidos no levantamento, 95% demonstraram cautela em torno do aumento da Selic — taxa básica de juros da economia; 90% se preocupam com a reforma tributária; e 65% acompanham o desfecho da reforma administrativa.

A pesquisa

A Sondagem do Mercado Imobiliário é uma pesquisa qualitativa feita para verificar tendências e expectativas de integrantes desse ramo. O instituto Opinião Informação Estratégica ouve, a cada três meses, executivos de incorporadoras e construtoras associadas à Ademi-DF. Para aferir o panorama do segundo trimestre de 2021, os pesquisadores ouviram 20 empresários, entre 30 de junho e 8 de julho.

O levantamento inclui respostas de empresários de diferentes partes do Distrito Federal, como Águas Claras, Noroeste, Planaltina e Samambaia. A pesquisa engloba executivos de segmentos econômicos de médio e alto padrão.

 

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE