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19/09/2018

PIB da construção deve recuar até 1%

Segundo dados do IBGE, a produção de materiais caiu 4,8% no segundo trimestre, ante ao primeiro, com uma variação acumulada no primeiro semestre de apenas 1,2%, na comparação com o mesmo período do ano anterior

Diante da piora das expectativas de crescimento para o País este ano, o Sindicato da Construção de São Paulo (SindusCon-SP) já estima queda de até 1% no Produto Interno Bruto da Construção.

A estimativa foi levantada pela Fundação Getulio Vargas para o SindusCon-SP e aponta dois cenários: um em que o PIB brasileiro cresça 1,4% – nesse contexto a construção recuaria 0,6% – e outro, mais pessimista, em que o Produto Interno Bruto brasileiro cresceria 1,1%, e culminaria na retração de 1% no resultado da construção.

"O cenário dos últimos meses, agravado pela incerteza eleitoral, contribuiu decisivamente para que não se resgatasse a confiança dos investidores, revertendo a expectativa de que a construção voltaria a crescer em 2018", afirmou o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.

Para o executivo, todos os grandes problemas da construção passam pela falta de confiança, tanto do investidor, quanto do consumidor e foram agravadas por questões como a produção da indústria de materiais de construção, que estava em processo de retomada, mas parou após greve dos caminhoneiros, e não retornou aos patamares iniciais.

Segundo dados do IBGE, a produção de materiais caiu 4,8% no segundo trimestre, ante ao primeiro, com uma variação acumulada no primeiro semestre de apenas 1,2%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Soma-se a esse fator, explica ele, o aumento em lançamentos e vendas no segmento imobiliário, que só deve mostrar resultados na atividade da construção no ano que vem.

Os dados do instituto mostram ainda que o número de pessoas ocupadas na construção – 6,5 milhões no primeiro semestre – caiu 3,3% em relação ao primeiro semestre de 2017, mostrando que o setor informal não está puxando o PIB da construção para cima, como se esperava.

“O emprego segue caindo em todos os segmentos, exceto em Engenharia e Arquitetura, o que mostra demanda maior apenas por projetos. Assim, a previsão do desempenho do nível de emprego formal no setor para este ano continua apontando uma queda de 2,9%”, conta Ferraz Neto.

Otimista (mas nem tanto) - Enquanto faltam certezas sobre o futuro do Brasil, construtoras procuradas pelo DCI se mostraram otimistas com o futuro, mas não ao ponto de anunciar grandes investimentos. “Acredito que a queda da Selic deverá ser sentida com mais força ano que vem, e isso vai ajudar a destravar a venda de imóveis já no primeiro semestre”, prevê o diretor geral da ConstruPar, Celso Melo.

Focado em imóveis comerciais, Armando Costa, da Construtora Mercedes, conta que a busca por retrofit tem subido muito, ainda que os contratos não tenham sido firmados. “Notamos uma demanda por reformas e contratos que devem ser executados ano que vem”, estima. Na construção pesada, o consultor de novos negócios da TLC Construtora, Gustavo Greggo, espera que após a eleição, novos canteiros de obras públicas apareçam em todo País.

FONTE: DCI