O Produto Interno Bruto (PIB) da construção fechou o ano de 2021 com 9,7% de crescimento. O resultado, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi divulgado na última sexta-feira (4).
Este foi o melhor resultado do índice desde 2010, quando chegou à marca de 13,1%. Em 2020, o indicador chegou a 6,3%.
“Este também foi o melhor resultado apresentado pelo segmento industrial no ano passado, que cresceu 4,5%. A Indústria da Transformação apresentou alta de 4,5% em seu PIB, e a Extrativa, 3,0%. O PIB do Brasil cresceu 4,6%. Ou seja, mais uma vez a Construção Civil ajudou a impulsionar a economia nacional”, disse a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
Especialistas afirmam que o crescimento é uma consequência direta do retorno das atividades econômicas no período de recuperação da pandemia, que foi marcada pelas constantes paralisações.
Em 2020, o primeiro ano de pandemia e o momento mais crítico da crise da saúde, as taxas de juros caíram drasticamente para compensar o baixo rendimento. A estratégia teve consequências positivas, já que, depois dessa mudança, o setor ganhou impulso e voltou a crescer.
A economista da CBIC também acredita que as transações relacionadas ao mercado imobiliário influenciaram diretamente o crescimento do desempenho do setor. “Em 2021, os financiamentos imobiliários com recursos da caderneta de poupança totalizaram R$ 205,4 bilhões, o que correspondeu a uma alta de 65,7% em relação ao ano anterior e também a um recorde histórico anual, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Nesse ano foram financiados 866,33 mil imóveis, número 103% superior ao ano anterior”, explica.
No quesito “empregos”, os resultados também são positivos: em 2021, o setor gerou 244.755 novas vagas com carteira assinada, o que representou o melhor resultado desde 2010, quando 347.730 novos empregos foram criados.
Esses dados são do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, e também apontam crescimento no número de trabalhadores formais, com elevação de 11,62%. Em 2020, eram 2,107 milhões de trabalhadores formais. Em 2021, esse número foi para 2,351 milhões.