Os sinais de deterioração do ambiente macroeconômico – com juros, inflação e desemprego elevados – estão contaminando parte relevante do empresariado. No mercado imobiliário, 44% dos executivos do primeiro escalão acreditam que a economia brasileira estará pior nos próximos 12 meses, enquanto 41% acham que ficará igual e 15%, melhor. Na pesquisa do trimestre anterior, só 33% achavam que o cenário do País seria pior, enquanto 31% acreditavam em algo semelhante e 36%, melhor.
Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela consultoria Bain a pedido do Global Real Estate Institute, com um total de 125 entrevistas. As expectativas para o desempenho do mercado imobiliário são mais otimistas, o que indica certa resiliência do setor. Faz sentido: enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil como um todo deve crescer perto de 0,5% em 2022, o PIB do setor da construção deve subir 2%.
A pesquisa mostrou que 48% dos entrevistados acreditam em um desempenho melhor do mercado imobiliário nos próximos 12 meses. Apesar de ser um número saudável, houve baixa em relação ao trimestre anterior, quando 59% contavam com melhora. Já os pessimistas passaram de 6% para 13%.
Na visão dos empresários, o segmento mais promissor é o residencial, de casas, apartamentos e loteamentos. Isso porque, apesar dos juros altos, ainda há demanda por moradia. Outra boa oportunidade está nos galpões logísticos que atendem o comércio online.
Na outra ponta, os segmentos que devem receber menos investimentos são os de hotéis, escritórios e shoppings. São, justamente, os setores mais afetados pela pandemia e pelas restrições à circulação.