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28/12/2016

Piora do mercado de trabalho afeta o setor imobiliário no Brasil

A manutenção do quadro negativo na demanda está associada ao recuo nos indicadores relacionados ao mercado de trabalho, como emprego e massa salarial.

O agravamento da crise, no tocante à queda da geração de empregos, no País, tem impactado, também, no segmento imobiliário. As condições gerais do mercado imobiliário apresentaram nota média de 2,3 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável), indicando nova deterioração das condições de mercado em outubro de 2016. A atualização marca, ainda, o menor patamar da série histórica do Radar Abrainc-Fipe, iniciada em janeiro de 2004.

A análise de dezembro, divulgada, ontem, mostra que houve uma ligeira recuperação nos indicadores de confiança e condições de financiamento, o que garantiu, respectivamente, a estabilização no grupo de indicadores dos ambientes macro e crédito imobiliário. Por outro lado, os recuos nos indicadores de demanda (-0,3) e ambiente setorial (-0,2) impactaram negativamente a nota média geral. A manutenção do quadro negativo na demanda está associada ao recuo nos indicadores relacionados ao mercado de trabalho, como emprego e massa salarial.

Impactos - Ao todo, quatro dos 12 indicadores encontram-se nos níveis mais baixos da série histórica: emprego, massa salarial, atividade e preço dos imóveis. Em 2016, a nota média dada às condições gerais do mercado imobiliário no Radar Abrainc-Fipe acumula queda de um ponto. Já no horizonte dos últimos 12 meses, o recuo de 1,1 ponto ainda reflete a manutenção do quadro restritivo do crédito, a retração da demanda e o recuo da atividade econômica no país.

O vice-presidente executivo da Abrainc, Renato Ventura, afirma que o setor imobiliário tem sido bastante impactado nos últimos anos, com o fechamento expressivo de postos de trabalho, o que retroalimenta o desemprego e adia a retomada. “Esperamos que este círculo comece a se reverter em 2017, permitindo a geração de empregos e contribuindo para a necessária retomada na produção de moradias”, diz o executivo.

O estudo - O levantamento mensal do Radar Abrainc-Fipe combina doze índices dos setores imobiliário e econômico em quatro dimensões: ambiente do setor, ambiente macroeconômico, demanda e crédito imobiliário, com dados desde janeiro de 2004. Cada um dos indicadores possui uma metodologia própria de cálculo, desenvolvida para capturar a relação (interpretação) desejada entre a sua média e as condições enfrentadas pelo mercado ao longo do tempo. Dessa forma, são atribuídas médias de 0 a 10 para cada indicador, de modo que é possível apresentar todos os doze indicadores na mesma escala de pontuação.

Na dimensão “Ambiente Macro”, por exemplo, há informações a respeito de variáveis e condições macroeconômicas da economia brasileira, que são Atividade, Confiança e Juros. Já no Crédito Imobiliário, a análise é coberta pelos indicadores Condições de Financiamento, Concessões Reais e Atratividade do Financiamento Imobiliário. Em relação à demanda, são interpretados dados de emprego, massa salarial e atratividade do investimento imobiliário. Por fim, a dimensão ambiente setorial mostra as análises de insumos, lançamentos e preço dos imóveis.

Saiba mais - A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) foi constituída em 2013 com o objetivo de levar mais eficiência à gestão, qualificar e aprimorar o processo da incorporação imobiliária. Atualmente, a associação reúne 34 companhias de capital aberto e/ou com presença nacional/ relevância regional. Seu objetivo é representar essas empresas, fortalecendo o setor e contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país e de suas cidades. A associação atua em defesa da responsabilidade socioambiental, da ética, da integridade e das conformidades técnica, fiscal e urbanística. 

FONTE: JORNAL O ESTADO DO CEARá