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24/06/2024

Por que o preço dos imóveis está subindo? Entenda e veja maiores altas (Estado de S.Paulo)

As altas de preços no País são decorrentes de vários fatores, envolvendo o cenário macroeconômico, os custos de construção, a falta de mão de obra e a demanda por moradias devido ao aquecimento da economia

Apesar da estabilidade das taxas de financiamento imobiliário e do recorde de lançamentos de novas unidades, o preço dos imóveis não para de subir no Brasil há, pelo menos, 12 meses. O movimento reflete a crescente demanda aliada à escassez de imóveis em bairros nobres das capitais, o que acaba puxando os preços para cima, especialmente em cidades como São Paulo e no litoral de Santa Catarina.

Segundo dados do Índice FipeZap, o preço do metro quadrado no País subiu 6,07% nos últimos 12 meses terminados em maio, chegando a R$ 8.667. O crescimento é 2,38% acima da inflação do período.

A economista do DataZap, Ana Tedesco, explica que no primeiro semestre de 2024 houve um crescimento no nível real de concessões de crédito imobiliário, a taxa de financiamento imobiliário média permaneceu com um dígito, em torno de 9% ao ano, e o mercado de trabalho seguiu melhorando. “Além disso, o mercado passou por um lento processo de recuperação de preços de venda e locação, que foram deteriorados pela inflação”, diz ela.

Para além do fino equilíbrio de oferta e demanda que dita os rumos dos preços do setor imobiliário, os custos relacionados à construção civil estão em uma fase de alta. Ainda que não seja no patamar da disparada observada na época da pandemia de covid-19, com três anos de aumentos de cerca de 10%, o custo aumentou 3,49% em 2023 e, até maio deste ano, mais 2,07%.

Para o professor de finanças do Insper, Ricardo Rocha, além dos componentes macroeconômicos, outro ponto que afetou os preços de imóveis, especialmente em cidades grandes, como São Paulo, foi a volta aos escritórios no pós-pandemia.

“O que acelera a alta é o fato de que ainda não chegamos ao denominador comum sobre o trabalho presencial ou híbrido. Se isso fizer subir a demanda, o preço também irá subir”, afirma.

FONTE: ESTADO DE S.PAULO