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14/08/2018

Poupança indica saúde financeira das famílias

Pelo quinto mês consecutivo houve aumento, em julho, dos depósitos em cadernetas de poupança, indicando que as famílias se esforçam para recompor sua situação financeira, ampliando o colchão de recursos para emergências ou para realizar investimentos

Pelo quinto mês consecutivo houve aumento, em julho, dos depósitos em cadernetas de poupança, indicando que as famílias se esforçam para recompor sua situação financeira, ampliando o colchão de recursos para emergências ou para realizar investimentos. Não se trata de recuperação acentuada, como costuma ocorrer em fases de rápida aceleração da economia em que emprego e renda se recompõem com vigor, mas de uma tendência saudável que poderá dar sustentação ao crescimento futuro.

A entrada líquida nas cadernetas atingiu R$ 3,7 bilhões no mês passado, incluindo a captação no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que reúne recursos para a habitação, e na poupança rural do Banco do Brasil (BB), que mais vem crescendo neste ano. Entre janeiro e julho, a captação líquida da poupança rural atingiu R$ 6,5 bilhões, superando os R$ 4,6 bilhões do SBPE. A captação líquida do SBPE de pouco mais de R$ 2 bilhões em julho é a mais elevada para o mês dos últimos anos. É quase duas vezes superior à de julho de 2017, embora corresponda a cerca da metade dos R$ 3,9 bilhões captados em junho, o que mostra que as variações mês a mês ainda são intensas.

O aumento da captação do SBPE dará suporte a um crescimento da demanda de crédito previsto com a mudança das regras do crédito habitacional. O teto máximo de financiamento com uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) passará de R$ 900 mil para R$ 1,5 milhão, ao mesmo tempo que os agentes do SBPE terão mais liberdade para contratar.

O aumento do teto deverá beneficiar os imóveis destinados às faixas média e média alta das principais metrópoles. Mas este é apenas um segmento do mercado imobiliário, dominado por grandes empresas e do qual pouco participam centenas de companhias de porte pequeno em dificuldades para sobreviver num ambiente de baixa demanda e de recuo dos preços.

As perspectivas de captação pelas cadernetas de poupança tendem a continuar favoráveis ao longo deste semestre, mesmo levando em conta que algumas famílias parecem dar preferência ao uso de sobras para quitar dívidas com juros elevados a poupar. Mantida a tendência atual, os saldos das cadernetas no SBPE deverão superar os R$ 600 bilhões até dezembro, pois o último bimestre é, historicamente, o mais favorável à captação.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO