RIO — O preço médio de venda dos imóveis residenciais, em todo país, ficou praticamente estável, com variação de -0,06%, em agosto, de acordo com o índice FipeZap, que monitora os valores praticados em 20 cidades brasileiras. No resultado acumulado de 2018, até agosto, o preço médio de venda residencial, em todo país, recuou 0,29%, o que corresponde a uma queda real de 3,14%, considerando a inflação acumulada de 2,94% no período (IPCA/IBGE).
O Rio de Janeiro registrou queda de 0,19%, com recuo acumulado de -4,24%, nos últimos 12 meses, e redução de preços de -2,65%, somente em 2018.
Para Bruno Olivar, economista da Fipe, com movimento de elevação grande dos preços em anos anteriores, um desaquecimento do mercado já era esperado. Mas, segundo ele, depois com o aprofundamento da crise, houve redução acentuada da demanda por imóveis.
Bruno Olivar acredita que o movimento dos bancos de reduzir taxas e melhorar condições de financiamento imobiliário é positivo, mas não deve alterar significativamente o cenário do setor.
- Em termos reais, descontando a inflação do período, os imóveis estão perdendo valor. Os movimentos dos bancos ainda não são suficientes para inverter a dinâmica do mercado. Será preciso recuperar o crescimento econômico e melhorar o mercado de trabalho. Para se comprometer em longo prazo, o consumidor tem que estar bem seguro - avalia ele.
O economista acredita que os preços permanecerão estáveis até o final do ano e em boa parte de 2019.
Rio ainda tem maior valor do m² - Embora tenha registrado quedas consecutivas, o preço médio de venda, nas 20 cidades monitoradas pelo instituto, foi de R$ 7.529/m². O Rio de Janeiro se manteve como a cidade com o m² mais elevado do país (R$ 9.494/m²), seguida por São Paulo (R$ 8.7967/m²) e Distrito Federal (R$ 7.788/m²). Já as cidades monitoradas com menor valor médio de venda residencial por m² foram Contagem (MG) (R$ 3.511 /m²), Goiânia (GO) (R$ 4.164/m²) e Vila Velha (ES) (R$ 4.692/m²).
No Rio, os bairros com maior valor para compra são: Leblon (R$ 20.527/m²), Ipanema (R$19.013/m²), Lagoa (R$16.371/m²), Gávea (R$ 15.901/m²) e (R$ 14.788/m²). Já entre os bairros com os preços mais baixos estão: Pavuna (R$2.346/m²), Coelho Neto (R$ 2.368/m²), Anchieta (R$2.492/m²), Cavalcanti (R$2.570/m²) e Paciência (R$ 2.685/m²).
- No Rio, o patamar de preços altos ainda estão elevados porque as pessoas querem morar em determinadas áreas da cidade - ressalta Bruno Olivar.
Resultados mensais - Individualmente, 12 das 20 cidades monitoradas registraram queda nominal no preço de venda residencial (inferior a -0,10%), entre elas: Rio de Janeiro (-2,65%), Niterói (-2,46%) e Fortaleza (-1,16%).
Já entre as 7 cidades com variação no preço acima de 0,10%, as altas acumuladas foram mais expressivas em São Caetano do Sul (+2,20%), São Paulo (+1,41%) e Goiânia (+1,36%). Em Florianópolis, especificamente, os preços residenciais de venda permanecem próximos da estabilidade em 2018 (nominalmente), com variação de 0,09%.
Das 20 cidades monitoradas, somente seis registraram aumento mensal de preço acima de +0,1%, com as altas mais expressivas observadas em: Goiânia (+0,30%), Salvador (+0,26%) e Santo André (+0,16%).
Por outro lado, entre as 9 cidades monitoradas que apresentaram queda no preço inferior a -0,10% em agosto, os recuos mais expressivos foram verificados em: Florianópolis (-0,49%), Porto Alegre (-0,40%) e Niterói (-0,34%). Os preços residenciais de venda nas demais cidades (cinco no total, incluindo São Paulo e Distrito Federal) permaneceram próximos da estabilidade, com variações mensais entre +0,10% e -0,10%.