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15/01/2024

Prédios ‘boutique’ são alternativa para áreas nobres (Valor Econômico)

Falta de espaço para novos grandes edifícios corporativos fomenta segmento de imóveis menores, mas valorizados

A falta de terrenos grandes para novos projetos de escritórios nas áreas nobres de São Paulo fez surgir um tipo de empreendimento que tem atraído a atenção de investidores. São conhecidos por edifícios “boutique”, por terem características técnicas similares aos grandes prédios espelhados de alto padrão, mas em tamanho reduzido, pensados para serem alugados por empresas com menos funcionários ou que desejam ambiente menor.

 

Fernanda Rosalem, head de investimentos da gestora Paladin, afirma que esse tipo de prédio pode ter preço até maior do que o cobrado nos grandes edifícios da mesma região. A gestora tem um fundo de investimento imobiliário (FII), em parceria com a Hedge, que desenvolve quatro prédios boutique, na Paulista, nos Jardins, em Pinheiros e no Itaim Bibi. A construção é da incorporadora Idea!Zarvos.

 

O Itaim é o bairro que mais concentra edifícios desse tipo, segundo levantamento da consultoria Cushman & Wakefield. Dos sete prédios boutique acompanhados pela empresa, cinco estão no bairro.

Há ali, além da alta procura por escritórios, outra característica que Rosalem afirma ser importante para esse tipo de empreendimento: ser também um polo residencial. A ideia é que os ocupantes possam ir a pé ao trabalho e tenham opções variadas de serviços próximos.

 

Os prédios da Paladin terão residenciais para renda nos últimos andares. Até 20% da área dos prédios será para residencial, com entradas separadas para cada atividade.

Ao fim de 2023, o metro quadrado no Itaim custava, em média, R$ 280,96, para imóveis corporativos de alto padrão, segundo a Cushman. Rosalem explica que prédios boutique só podem existir em áreas tão valorizadas quanto, porque é só aí que vale a pena construir um prédio relativamente pequeno.

 

Os prédios boutique têm até 20 mil metros quadrado de área locável, enquanto grandes edifícios corporativos podem ter o dobro. Também podem ter itens como pé direito duplo no lobby, arquitetura autoral, fugindo do desenho tradicional de caixote espelhado, e mais paisagismo, pontua Daniel Battistella, diretor-geral da Cushman no Brasil.

Os inquilinos mais comuns para esse tipo de prédio são gestoras de investimento, escritórios de advocacia e agências de publicidade, afirma Rosalem. “Não vejo uma super multinacional em um prédio desse, são estilos muito diferentes”. 

FONTE: VALOR ECONôMICO