A prévia da inflação oficial desacelerou em junho, sinalizando que o alívio esperado para este mês já começou. A alta de 0,40% no IPCA-15, ante 0,86%emmaio, foi anunciada ontem pelo IBGE e ficou abaixo das estimativas de analistas ouvidos pela ‘Agência Estado’, que esperavam alta de 0,47% a 0,66%.
“Foi uma surpresa positiva”, disse André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Segundo ele, a surpresa veio no grupo Comunicação, por causa dos preços de TV por assinatura e internet, que subiram menos do que o esperado: alta de 0,01% no IPCA-15 de junho. A maior desaceleração na passagem de maio para junho veio do grupo Alimentação e Bebidas (de 1,03% para 0,35%), puxada pelos alimentos in natura.
Segundo nota divulgada pelo IBGE, “vários produtos tiveram seus preços significativamente reduzidos de maio para junho”. Entre as baixas no IPCA-15 de junho estão cenoura (-25,63%), açaí (-9,06%)e tomate (-8,10%). No geral, frutas registraram deflação de 5,43%e as hortaliças recuaram 3,82%.
Por outro lado, alguns economistas ponderaram que o movimento poderá perder força até o fim do mês, influenciando o IPCA fechado de junho. “Não vejo uma grande mudança de trajetória da inflação. Nos quatro primeiros meses, os alimentos subiram mais de 1%. A queda forte no IPCA-15 é bem-vinda, mas podemos ter surpresas até o final do mês”, afirmou o analista econômico da RC Consultores Everton Carneiro.
O economista da Modal Asset Daniel Silva destacou que a desaceleração na inflação do IPCA-15 de junho foi motivada por itens voláteis e que, por isso, ainda não é o momento de comemorar. “Os preços dos alimentos podem voltar a ganhar força no restante do mês”, afirmou