Cerca de 12 mil famílias moradoras de Campinas devem ser beneficiadas com o Cartão Reforma, programa sancionado pelo presidente Michel Temer no final de abril e com previsão de iniciar a liberação de recursos entre maio e junho.
O programa foi criado para financiar a compra de materiais de construção diversos e deverá injetar R$ 108,4 milhões no comercio varejista de Campinas. As famílias serão cadastradas pela Companhia de Habitação (Cohab) de Campinas, conforme anuncio feito pelo presidente da entidade, Samuel Rossilho, na semana passada.
Condições - O programa determina alguns pré-requisitos. Para participar, o beneficiário deverá ser proprietário do imóvel e morar no local onde será feita a reforma. Terão prioridade as famílias cujo responsável seja uma mulher, que tenham idosos ou pessoas com deficiência como membro, além das famílias com renda baixa. O cartão tem validade de um ano, e é necessário utilizar no período de vigência.A execução da obra é de responsabilidade da família.
O objetivo é beneficiar famílias de baixa renda que recebem até três salários-mínimos, o equivalente a R$ 2,8 mil. Este crédito poderá ser utilizado na ampliação, promoção da acessibilidade ou conclusão de obras. O programa tem orçamento inicial de R$ 1 bilhão e a previsão do governo federal é de que cerca de 100 mil pessoas sejam beneficiadas nesta primeira fase. O limite de crédito concedido para a aquisição do material de construção será de R$ 9 mil, em média.
O repasse da verba será feito pelo Ministério das Cidades através da Caixa Econômica Federal, que vai entregar o cartão para as famílias selecionadas. Esses valores não são um financiamento, mas um benefício. As pessoas não terão de pagar prestação ou juros.
O presidente da Associação Regional da Habitação (Habicamp), Francisco de Oliveira Lima Filho, acredita que o valor a ser liberado pelo Cartão Reforma vai aquecer o mercado para lojistas de materiais de construção de Campinas e em um momento em que a economia começa a se recuperar de um período recessivo. "Além de um fôlego para os comerciantes, este recurso vai ajudar a movimentar a economia local e também a gerar emprego, uma vez que muitas famílias precisarão contratar mão-de-obra especializada para a execução das obras", diz.
Investimentos - De acordo com o presidente da Habicamp, o setor imobiliário de Campinas também começa a dar sinais de reaquecimento. Com a queda nas taxas de juros, retomada da economia e o aumento da confiança do consumidor estão encorajando as construtoras a desengavetarem investimentos em lançamentos, o que não se via há mais de dois anos.
"Ao contrário de outras grandes cidades, onde construtoras ainda dispõem de grande estoque de imóveis para comercialização, em Campinas este número é muito baixo. Para suprir o aumento da demanda nos próximos meses, as construtoras terão que fazer novos lançamentos imobiliários, o que já estamos sentindo entre nossos associados", diz.
