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22/06/2018

Projetos residenciais garantem expansão da Otis no 1º semestre

Líder mundial de elevadores, a empresa americana é uma das três maiores do segmento com atuação no Brasil, juntamente com a Thyssenkrupp e a Atlas Schindler

A Elevadores Otis cresceu, no primeiro semestre, no Brasil, em número de pedidos e em faturamento. A expansão ocorreu, principalmente, em pedidos por parte das incorporadoras para empreendimentos residenciais, de acordo com o presidente da Otis na América do Sul, Julio Bellinassi. Sem informar números, o executivo conta que há expectativa de "crescimento discreto" no acumulado do ano e de recuperação mais acentuada em 2019.

Líder mundial de elevadores, a empresa americana é uma das três maiores do segmento com atuação no Brasil, juntamente com a Thyssenkrupp e a Atlas Schindler. A operação brasileira, sediada em São Bernardo do Campo (SP), é uma das dez maiores da Otis no mundo, mas os números locais não são divulgados.

"Neste ano, o Brasil terá mais lançamentos imobiliários do que em 2017, ainda que a expectativa inicial não seja atingida", diz Bellinassi. Segundo o executivo, o ponto de inflexão da queda registrada pelo segmento de elevadores, nos últimos anos, ocorreu do terceiro trimestre para o quarto trimestre de 2017. "Começamos a perceber a retomada do mercado, ainda que discreta", diz o presidente da Otis.

Segundo Bellinassi, até 2008, a média histórica do mercado de elevadores era de 7 mil unidades por ano no Brasil. Com a expansão do setor imobiliário, o número cresceu, chegando ao pico de 15 mil elevadores por ano em 2012 e 2013. A partir de 2014, porém, o volume vendido caiu, como reflexo da redução de lançamentos imobiliários residenciais e comerciais e da retração do segmento de infraestrutura, em decorrência da crise econômica.

O executivo ressalta que, apesar do alto índice de urbanização em relação a outros países emergentes, o Brasil ainda tem grande déficit habitacional, o que significa potencial de mercado relevante para elevadores. Estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) a pedido do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), estimou o déficit habitacional de 2015 em 7,7 milhões de domicílios no país.

No país, segundo Bellinassi, o segmento residencial responde por 80% do mercado de elevadores. O executivo ressalta que o número de andares médios está crescendo ano a ano no Brasil, como consequência de as construtoras adotarem a estratégia de erguer prédios mais altos para diluir a valorização dos terrenos. "Quanto mais altos os edifícios, maior a velocidade dos elevadores e o número de portas", diz o executivo.

Trata-se de tendência em todo o país, com destaque para a cidade de São Paulo, o maior mercado imobiliário do Brasil. "Cidades com população entre 500 mil habitantes e 800 mil habitantes, que não eram tão verticais, têm migrado para esse perfil", afirma Bellinassi, citando o exemplo de regiões em que a economia se concentra no agronegócio.

Já a retomada da demanda por elevadores para edifícios corporativos e desses equipamentos e de escadas rolantes para infraestrutura ainda está "muito incipiente", segundo o executivo. Há sinalizações que o fechamento de pedidos para projetos comerciais pode voltar a ocorrer no segundo semestre, de acordo com o presidente da Otis, mas a retomada dos pedidos para infraestrutura é esperada para 2019.

Em novembro, a Otis comprou a divisão de elevadores e escadas rolantes da Mitsubishi Electric no Brasil - Melco Elevadores do Brasil, tornando-se a autorizada exclusiva de serviços das marcas Mitsubishi Electric e LGTech no Brasil. "Foi uma aquisição importante, que aumenta nossa possibilidade de manutenção de elevadores de outras marcas", diz o executivo. Oportunidades de compra são "sempre avaliadas", segundo ele.

Mais da metade da produção brasileira da Otis se destina ao mercado doméstico. A outra parcela é direcionada para países da América Latina, como Chile, Colômbia, Peru, Argentina, Uruguai, Panamá, Bolívia e México.

"A América Latina tem ganhado participação nas operações da Otis. Nosso faturamento no Chile e na Colômbia tem crescido mais do que no Brasil", compara o executivo. No ano passado, o maior contrato latino-americano fechado pela Otis foi o de fornecimento de elevadores e escadas rolantes para o aeroporto da capital chilena.

No mundo, a Otis faturou US$ 12,3 bilhões, em 2017, e teve lucro operacional ajustado de US$ 2,1 bilhões. Elevadores respondem por 93% das operações, e escadas rolantes, pelos demais 7%. No Brasil, a empresa tem 31 filiais e mais de 2.200 funcionários.

FONTE: VALOR ECONôMICO