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25/08/2023

Próximo ano pode ser um dos melhores para o crédito imobiliário, diz presidente da Abecip

Segundo José Ramos Rocha Neto, expectativa se deve à melhora do cenário macroeconômico

O próximo ano pode concorrer por um lugar no pódio no ranking dos melhores anos do crédito imobiliário, afirmou o presidente da Associação Brasileira das Entidades do Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Ramos Rocha Neto, durante evento do setor. "Em 2024 o volume de concessões de financiamento imobiliário vai estar em níveis próximos dos atuais", disse. "Pode até estar lutando pelo bronze ou pela prata [no ranking dos melhores anos]", acrescentou.

Rocha afirmou acreditar em um 2024 com potencial de ser melhor do que 2023, devido à melhora do cenário macroeconômico. "Indicadores de desemprego estão extremamente controlados; a taxa de juros, além de ter tido o sinal recente da primeira queda, o Copom sinaliza que teremos quedas constantes e provavelmetne vamos chegar no ano que vem a uma taxa de um dígito. No câmbio, vemos sinal positivo porque mesmo no momento recente de instabilidade, não voltou a ultrapassar o patamar de R$ 5 [por dólar]. Além disso, a inflação mostra queda. Então, não podemos crer que teremos um 2024 ruim."

O presidente da Abecip enxerga 2024 como um período de consolidação do cenário mais positivo. "O próximo ano será um período muito importante para preparar a economia para um relançamento, uma retomada em 2025, sem os voos de galinha que vimos no passado."

O presidente do Secovi, Rodrigo Luna, enxerga ainda um cenário de incertezas para o setor. "No primeiro semestre do ano, os lançamentos decresceram em São Paulo, em torno de 10%, mas as vendas subiram 5%. Isso mostra um forte aumento de preços. Mesmo assim, a demanda é muito alta."

Para o dirigente do Secovi, a preocupação do setor é com o aumento da carga tributária. "Quando falamos que as vendas cresceram mas os lançamentos decresceram, significa que o empresariado vê incertezas e se preocupa em colocar lançamentos nesse cenário".

Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato de Souza Correia, 50% do déficit habitacional está na faixa de famílias que têm renda abaixo de dois salários mínimos. Em sua opinião, se houver uma decisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de aumento da rentabilidade do FGTS, haverá um aumento de custo para o crédito direcionado com recursos do fundo de garantia.

"Uma família que ganha R$ 1,9 mil hoje consegue comprar uma casa com a regra [de remuneração] do FGTS. Se aumentar 3% da remuneração do FGTS, isso vai tirar dessa possibilidade 50% dessa faixa de famílias."

 

FONTE: VALOR ECONôMICO