No coração da Vila Olímpia, a Rua Casa do Ator é a via com mais transações imobiliárias de São Paulo no ano. De acordo com um levantamento realizado pela startup Loft, com base em dados oficiais da Prefeitura de São Paulo, esta foi a rua onde mais aconteceu compra e venda de imóveis residenciais na cidade em 2024. Foram 264 transações entre janeiro e junho deste ano.
Um destaque importante é que a maioria das compras e vendas realizadas no período foram de imóveis pequenos, o que sintetiza uma tendência observada nas regiões mais nobres da capital paulista. Não à toa, a metragem média praticada na rua foi de 56 m² e o preço médio dos imóveis foi de R$ 379 mil.
“A Casa do Ator está na Vila Olímpia, um dos bairros mais valorizados e disputados do País. É uma via relativamente pequena, que, por um lado, oferece apartamentos com área acima dos 100 m² e, ao mesmo tempo, recebeu recentemente um lançamento imobiliário com grande oferta de estúdios, o que ajuda a explicar a alta no número de unidades vendidas neste endereço”, analisa Fábio Takahashi, gerente de Dados da Loft.
Logo depois da Rua Casa do Ator, aparece a rua João de Lacerda Soares, no Brooklin, bairro nobre e majoritariamente residencial da zona sul de São Paulo. Observa-se que na região o perfil dos imóveis transacionados é diferente. A área média das 185 unidades transacionadas entre janeiro e junho deste ano é de 81 m² e o ticket médio é de R$ 626 mil.
A terceira rua com maior número de compras e vendas da capital paulista é a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em Pirituba, na zona norte. As propriedades na região são bem maiores e mais baratas. Com metragem média de 100 m² e o custo médio de R$ 383 mil, a rua marca o boom imobiliário que a região está vivendo.
Apartamentos compactos e mobilidade em São Paulo
“São três vias com características diferentes. A Casa do Ator está em um dos bairros mais valorizados da cidade e oferece uma grande oferta de apartamentos, tanto os super compactos, quanto os com mais de 100 m². A João de Lacerda Soares está no Brooklin, bairro com rápida verticalização. E a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães é uma longa via na zona norte, com grande oferta de imóveis grandes”, pontua Takahashi.
Em comum, as vias com mais vendas se destacam pela facilidade de locomoção. “Este é sempre um atrativo”, pontua Fábio. Para ele, o mercado imobiliário está aquecido diante da queda nos juros na primeira metade do ano. “O ticket médio das transações nessas ruas com maior volume na cidade varia de R$ 124 mil a R$ 1,3 milhão”.
Destaca-se no estudo que a Avenida São João, na região central, é a que possui os imóveis mais baratos entre as 20 ruas com maior número de vendas no ano. Com 81 transações de janeiro a junho, o custo médio de uma unidade na via foi de R$ 123 mil reais. A justificativa é clara: a metragem média dos apartamentos também é a menor do ranking: 38 m².
“A São João se beneficia do fato de atravessar bairros com boa estrutura ou que vêm recebendo melhorias, como Santa Cecília, República e Campos Elíseos, por isso o grande volume de vendas”, comenta Takahashi. “Por volta da década passada, passou a receber empreendimentos de apartamentos compactos, que possuem preço total menor do que em áreas em que o perfil é de imóveis maiores”, argumenta.
Os bairros com mais vendas no ano
Já entre os bairros que mais registraram vendas de imóveis residenciais em 2024, nenhum se compara a Vila Andrade, na zona sul de São Paulo. Foram 998 unidades transacionadas entre janeiro e junho deste ano, segundo o levantamento da Loft. Em seguida, aparecem Bela Vista (818) e Tatuapé (768).
De fato, a Vila Andrade vem liderando a venda de imóveis na capital paulista desde 2022. Foram 1.833 transações em 2022 e 1.664 transações em 2023. “É um bairro que se destaca pela boa localização, com ruas, em geral, tranquilas, e áreas verdes. E, embora seja uma região mais residencial, é possível encontrar comércios, colégios e opções de lazer a uma curta distância”, explica Fábio.
“Outro ponto de destaque é o preço do metro quadrado, já que os valores da Vila Andrade tendem a ser mais acessíveis do que aqueles cobrados em bairros próximos. Além disso, o bairro consegue atender a diferentes perfis de compradores”, finaliza.
