Quase metade (46%) das compras de imóveis de 2020 foi realizada por investidores, tanto para ganhar com aluguel quanto com a revenda após uma possível valorização do bem, aponta o estudo Raio-X FipeZap do último trimestre de 2020.
Entre os 3.800 respondentes do levantamento, 10% afirmaram ter comprado imóvel nos últimos 12 meses (de janeiro de 2020 até aqui). Na pesquisa anterior, do penúltimo trimestre do ano passado, a porção de investidores era de 39% dos compradores. Um dos motivos para isso é que o retorno do aluguel tem se mostrado mais atrativo, agora que a Selic (taxa de referência de juros no Brasil) anda em sua baixa histórica e a renda fixa remunera muito pouco.
Mesmo com o crescimento do interesse por investimento em imóvel, moradia ainda é o principal motivo de compra para 56% da amostra da pesquisa. A preferência tem sido por imóveis usados, que representaram 66% das compras, acima da média da pesquisa de 58%.
Apesar da crise causada pela pandemia e suas incertezas, os descontos nos imóveis (diferença entre valor anunciado e valor pago em contrato) caiu de 14% em janeiro de 2020 para 11% em dezembro daquele ano.
A intenção de compra nos próximos três meses é de 47% dos respondentes. Somente 14% dos futuros compradores teria intenção de usar o imóvel como investimento. A vasta maioria de 86% quer o bem para moradia.
Apesar de praticamente metade das pessoas querer comprar um imóvel, elas têm achado que os preços vêm aumentando. Para 57% os preços estão altos ou muito altos, enquanto 32% consideram os valores razoáveis e só 9% baixos ou muito baixos. E para 29% delas, os preços devem seguir aumentando.