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14/10/2024

Quem são os donos dos prédios mais caros da Faria Lima? Veja lista (Estado de S. Paulo)

Os prédios comerciais mais caros da Faria Lima geram aos seus proprietários aluguéis entre R$ 250 e R$ 300 por metro quadrado (m²), resultando em rendimentos mensais milionários. Esses valores podem ser até três vezes superiores à média dos preços de aluguel de espaços comerciais na cidade de São Paulo, que gira em torno de R$ 100 por m².

Um levantamento realizado pela JLL, a pedido do Estadão, revela os proprietários desses imóveis de alto padrão no eixo comercial da Faria Lima. A lista inclui grandes grupos nacionais, como o Grupo Partage, e nomes internacionais como Brookfield, BlueStone Investimentos e JPMorgan.

Entre os edifícios mais emblemáticos da região estão o Birmann 32, conhecido como o prédio da Baleia; o Faria Lima Plaza, sede da Uber e da Shopee; e o Pátio Malzoni, que abriga empresas como Google, BTG Pactual e Banco Master.

O Birmann 32 foi desenvolvido pela Faria Lima Prime Properties, cujo maior acionista é o Grupo Partage, uma holding imobiliária da família Baptista. O edifício, finalizado em 2020, conta com 25 andares e aproximadamente 50 mil m² de área privativa, com lajes médias de 1.882 m².

O Grupo Partage, liderado pelo empresário Ricardo Baptista, que também é sócio do grupo farmacêutico Aché, investiu na Faria Lima quando ainda era uma área em desenvolvimento e hoje colhe os frutos. Com 51% do Birmann 32, o grupo também detém participações nos edifícios Birmann 29 e 31, além de parte do Faria Lima Square, junto com a Brookfield.

Baptista aponta que o Plano Diretor da cidade favorece o desenvolvimento de prédios residenciais em detrimento dos comerciais, o que contribui para o aumento dos preços dos aluguéis na região. Ele destaca que, ao construir um edifício comercial, é necessário adquirir mais Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) em comparação a um residencial, o que encarece os projetos.

A escassez de terrenos na Faria Lima e a baixa oferta de novos empreendimentos comerciais de alto padrão elevam os preços de locação, atraindo empresas dos setores financeiro, advocacia, tecnologia e indústria. De acordo com Yara Matsuyama Poli, diretora de locação de escritórios na JLL, a demanda na região permanece alta, com baixa vacância nos prédios mais desejados e até fila de espera de locatários.

A Brookfield, uma gestora canadense com R$ 27 bilhões em ativos imobiliários no Brasil, possui importantes edifícios na Faria Lima, como o Faria Lima 3.400, 3.500 e 3.600. No início deste ano, o Itaú BBA adquiriu o Faria Lima 3.500 por R$ 1,46 bilhão, o que equivale a R$ 58 mil por m².

Em 2021, a Syn, empresa fundada por Elie Horn, vendeu participações majoritárias em vários edifícios na Faria Lima, incluindo o Faria Lima Square e o Faria Lima Financial Center, para a Brookfield, em um negócio de R$ 1,77 bilhão. Embora a Syn ainda administre esses prédios, a JLL afirma que a empresa mantém pequenas participações nos imóveis.

A escassez de novos projetos e a demanda crescente continuam a elevar os preços dos aluguéis na Faria Lima, tornando a região um dos locais mais desejados e rentáveis para investimentos imobiliários.

FONTE: ESTADO DE S.PAULO