Os prédios comerciais mais caros da Faria Lima geram aos seus proprietários aluguéis entre R$ 250 e R$ 300 por metro quadrado (m²), resultando em rendimentos mensais milionários. Esses valores podem ser até três vezes superiores à média dos preços de aluguel de espaços comerciais na cidade de São Paulo, que gira em torno de R$ 100 por m². Um levantamento realizado pela JLL, a pedido do Estadão, revela os proprietários desses imóveis de alto padrão no eixo comercial da Faria Lima. A lista inclui grandes grupos nacionais, como o Grupo Partage, e nomes internacionais como Brookfield, BlueStone Investimentos e JPMorgan. Entre os edifícios mais emblemáticos da região estão o Birmann 32, conhecido como o prédio da Baleia; o Faria Lima Plaza, sede da Uber e da Shopee; e o Pátio Malzoni, que abriga empresas como Google, BTG Pactual e Banco Master. O Birmann 32 foi desenvolvido pela Faria Lima Prime Properties, cujo maior acionista é o Grupo Partage, uma holding imobiliária da família Baptista. O edifício, finalizado em 2020, conta com 25 andares e aproximadamente 50 mil m² de área privativa, com lajes médias de 1.882 m². O Grupo Partage, liderado pelo empresário Ricardo Baptista, que também é sócio do grupo farmacêutico Aché, investiu na Faria Lima quando ainda era uma área em desenvolvimento e hoje colhe os frutos. Com 51% do Birmann 32, o grupo também detém participações nos edifícios Birmann 29 e 31, além de parte do Faria Lima Square, junto com a Brookfield. Baptista aponta que o Plano Diretor da cidade favorece o desenvolvimento de prédios residenciais em detrimento dos comerciais, o que contribui para o aumento dos preços dos aluguéis na região. Ele destaca que, ao construir um edifício comercial, é necessário adquirir mais Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) em comparação a um residencial, o que encarece os projetos. A escassez de terrenos na Faria Lima e a baixa oferta de novos empreendimentos comerciais de alto padrão elevam os preços de locação, atraindo empresas dos setores financeiro, advocacia, tecnologia e indústria. De acordo com Yara Matsuyama Poli, diretora de locação de escritórios na JLL, a demanda na região permanece alta, com baixa vacância nos prédios mais desejados e até fila de espera de locatários. A Brookfield, uma gestora canadense com R$ 27 bilhões em ativos imobiliários no Brasil, possui importantes edifícios na Faria Lima, como o Faria Lima 3.400, 3.500 e 3.600. No início deste ano, o Itaú BBA adquiriu o Faria Lima 3.500 por R$ 1,46 bilhão, o que equivale a R$ 58 mil por m². Em 2021, a Syn, empresa fundada por Elie Horn, vendeu participações majoritárias em vários edifícios na Faria Lima, incluindo o Faria Lima Square e o Faria Lima Financial Center, para a Brookfield, em um negócio de R$ 1,77 bilhão. Embora a Syn ainda administre esses prédios, a JLL afirma que a empresa mantém pequenas participações nos imóveis. A escassez de novos projetos e a demanda crescente continuam a elevar os preços dos aluguéis na Faria Lima, tornando a região um dos locais mais desejados e rentáveis para investimentos imobiliários. |