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22/07/2016

Recurso para financiamento é suficiente, avalia Bofa

s preços tiveram queda nominal de 15%, nas estimativas do BofA, desde meados do ano passado, e as empresas estão focando as atenções na venda de estoques.

Os recursos disponíveis para financiamento imobiliário no Brasil - R$ 80 bilhões, nas estimativas do Bank of America Merrill Lynch (BofA) - são suficientes para este ano, na avaliação do banco de investimentos, mesmo se houver saída mais agressiva de volumes da poupança e períodos mais longos de amortização dos empréstimos passados.

A visão de que será necessário algum tempo até que o setor de incorporação se recupere devido à lacuna de crédito - não compartilhada pelo BofA - é apontada pelo banco como a justificativa para que a valorização das ações das incorporadoras - de 50%, neste ano até quarta-feira - esteja acima da alta de 30% do Ibovespa, mas abaixo da elevação de 72% da maioria dos setores domésticos.

No entendimento do BofA, há renda suficiente e os preços cabem, agora, no bolso dos compradores. O banco acredita que os preços de imóveis novos já caíram em patamar que compensa as taxas mais elevadas de financiamento. Os preços tiveram queda nominal de 15%, nas estimativas do BofA, desde meados do ano passado, e as empresas estão focando as atenções na venda de estoques.

A grande questão a ser equacionada, para o BofA, é a confiança, e a recuperação deve começar em breve. O banco cita que há demanda por imóveis. "Nós acreditamos que os balanços das incorporadoras nunca estiveram em melhor forma", afirma o analista Daniel Gasparete, em relatório.

As razões apontadas para essa percepção são a alavancagem conjunta das companhias monitoradas pelo BofA - Cyrela, MRV Engenharia, Even Construtora e Incorporadora, Gafisa, Tecnisa, Direcional Engenharia, EZTec e Helbor - em seu nível mais baixo, de 27% de dívida líquida sobre patrimônio líquido, e o estoque de unidades prontas no patamar mais elevado. Esse estoque pode ser convertido, rapidamente, em caixa e receita quando houver retomada das vendas.

No setor, a receita é contabilizada conforme o avanço das obras.

O BofA mantém a recomendação de compra para as ações da Cyrela e da Even. O preço-alvo projetado pelo banco para a Cyrela é de R$ 13 por ação e para a Even, de R$ 6 por papel. A baixa alavancagem das duas companhias e o volume de unidades concluídas que possuem estão entre as razões apontadas, em relatório, para as recomendações de compra.

FONTE: VALOR ONLINE