Cinco incorporadoras divulgaram suas prévias operacionais do quarto trimestre nesta segunda-feira (16), juntamente com os resultados de 2022. Com focos diferentes em termos de público-alvo e local de atuação, os resultados de 2022 não apontam para uma tendência clara entre as construtoras.
Em um ano com desafios motivados pela elevação da taxa de juros, a inflação alta e o aumento do custo da construção, cada empresa adotou sua estratégia.
Em 2022, a Moura Dubeux, que atua no Nordeste no médio e alto padrão, incluindo empreendimentos para segunda residência, alcançou R$ 1,87 bilhão em valor geral de venda (VGV) nos lançamentos, em 12 projetos, aumento de 68% ante 2021. Também atingiu R$ 1,34 bilhão em vendas líquidas, 2,5% mais do que no ano anterior.
“Foi um ano muito bom, atingimos o maior tamanho de mercado da nossa história, em vendas e lançamentos”, diz Marcello Dubeux, diretor-financeiro.
Ele espera manter esse volume de vendas e lançamentos em 2023, “se o mercado permitir”. “O tamanho que a Moura Dubeux atingiu é o tamanho que ela tem que ter nos próximos anos, com capacidade instalada total”, afirma. A empresa tem 45 obras em andamento.
Os distratos representaram 8,5% das vendas brutas, aumento de 1,9 ponto percentual sobre 2021. Já o VSO caiu de 58,5% em 2021 para 47,9%. A companhia registrou R$ 68,4 milhões de geração de caixa, pouco acima dos R$ 67 milhões do ano anterior.
No quarto trimestre, os lançamentos da Moura Dubeux subiram 208%, ante o mesmo período de 2021, para R$ 560,7 milhões. Já as vendas líquidas caíram 19,4%, para R$ 274,4 milhões.
A incorporadora Even, que atua no médio e alto padrão na capital paulista, terminou o ano com R$ 1,1 bilhão em lançamentos, considerando apenas a participação da empresa nos projetos. É uma queda de 54% ante os R$ 2,4 bilhões lançados em 2021. Suas vendas líquidas ficaram em R$ 1,3 bilhão, recuo de 19,7%.
A velocidade de vendas no último trimestre foi de 8%, abaixo dos 13% apresentados um ano antes. O indicador reflete velocidade de vendas de 55% dos lançamentos, ante 25% no quarto trimestre de 2021, enquanto as vendas de estoque tiveram velocidade de vendas de 7%, queda de 2 pontos percentuais.
A proporção de distratos sobre as vendas brutas cresceu de 10,8% para 21,3% no quarto trimestre. No acumulado de 2022, o indicador ficou em 16,2%.
No quarto trimestre, a Even acumulou R$ 162 milhões em lançamentos, queda de 82,5% ante o mesmo período de 2021. As vendas líquidas somaram R$ 232 milhões, queda anual de 42,6%.
A incorporadora gaúcha Melnick, que trabalha com médio e alto padrão, e tem participação da Even, avançou 32% em suas vendas líquidas no acumulado de 2022, para R$ 647 milhões.
Os lançamentos somaram R$ 611,4 milhões no ano, queda de 24,4% no período. A quantia corresponde apenas à participação da companhia nas vendas. A velocidade de venda média no quarto trimestre foi de 10%, 6 pontos percentuais abaixo do reportado no quarto trimestre de 2021.
A Melnick atingiu R$ 76,3 milhões em lançamentos no quarto trimestre, queda de 64,3% ante o mesmo trimestre de 2021. As vendas líquidas somaram R$ 123 milhões, recuo de 33,5%.
Companhia que constrói do econômico ao alto padrão, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e também no interior de São Paulo, a Patrimar somou em todo o ano passado um VGV de R$ 1,36 bilhão em lançamentos, alta de 7,9% sobre 2021, em sete empreendimentos. A participação média da Patrimar nesse total é de 72,3%, equivalente a R$ 983 milhões.
As vendas líquidas, com participação apenas da companhia, foram de R$ 658,9 milhões, queda de 15,1%. O preço médio das unidades vendidas foi de R$ 649 mil em 2022, alta de 5,6% sobre 2021.
No quarto trimestre, a Patrimar reduziu seus lançamentos em 49%, para R$ 317 milhões, ante o período de outubro a dezembro de 2021. As vendas líquidas da incorporadora somaram R$ 129,5 milhões, recuo de 70,7%.
Do segmento econômico e com atuação em São Paulo, a Plano&Plano viu suas vendas líquidas subirem 23,5% no acumulado do ano, na comparação com 2021, para R$ 1,8 bilhão. No acumulado de 2022, o valor médio das unidades comercializadas chegou a R$ 196,9 mil, alta de 7,7% ante 2021.
Os lançamentos também tiveram um incremento no período, de 27,4%, para R$ 1,69 bilhão, contabilizando apenas a participação da incorporadora.
A companhia encerrou o quarto trimestre com estoque equivalente a R$ 2,3 bilhões em VGV, 8,8% maior do que no mesmo período do ano anterior.
De outubro a dezembro, a Plano&Plano lançou R$ 719,7 milhões em VGV, avanço de 27,3% sobre o mesmo período de 2021. As vendas líquidas foram de R$ 518,5 milhões, alta de 70,3%.
Matéria publicada em 16/01/2023