Comprar ou alugar um imóvel: eis um dilema clássico. Enquanto muitos prezam a sensação de segurança da casa própria, para outros a resposta está na calculadora. É preciso considerar quanto o montante que seria usado na compra pode gerar de rendimentos se aplicado e comparar com o valor de locação de um imóvel correspondente. Por muito tempo, a balança pendeu para o aluguel. Com a queda dos juros, a situação se inverteu.
“Antigamente, o retorno da renda fixa era superior à taxa de aluguel, de cerca de 0,5% do valor do imóvel. Em vez de comprar um imóvel, valia mais a pena aplicar o dinheiro e, com o rendimento, pagar o aluguel e embolsar uma boa diferença”, lembra Miguel Oliveira, diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). “Mas hoje a renda fixa tem rendimento líquido de menos de 0,30% ao mês. Alugar não compensa.”
Por muito tempo, quem optou pelo aluguel e fez esse cálculo não se arrependeu do caminho escolhido. Com a taxa básica de juros em patamares mais altos (ela chegou a 14,25% ao ano entre julho de 2015 e outubro de 2016), não era preciso fazer muito esforço para aplicar o dinheiro na renda fixa e ter um rendimento gordo o bastante para se manter em um imóvel alugado. Com os cortes sucessivos na Selic e o novo mínimo histórico de 3,75% ao ano, o cenário mudou completamente.