O grande assunto dos bancos de investimentos ontem não foi uma transação bilionária e sim uma pessoa: Jean-Marc Etlin, vice-presidente do Itaú BBA. O executivo, que é tido como a cara do Itaú para esse segmento, vai deixar o banco em dezembro.
Etlin atribui a decisão de saída a "razões pessoais", segundo comunicado do Itaú. O Valor apurou com alta fonte da instituição que, já em fevereiro deste ano, o executivo levou até Candido Bracher, presidente do Itaú BBA, o desejo de mudança e novas experiências em sua vida profissional.
O Itaú já têm um nome para a posição que Etlin vai deixar, conforme fonte envolvida no processo sucessório. Entretanto, prefere ainda não divulga-lo, justamente para que os eventos fiquem segregados ¬ a saída de um executivo e a chegada de outro - como forma de "valorizar e respeitar" ambos os profissionais.
Entre os concorrentes, a saída de Etlin foi recebida com muita surpresa. Ele entrou no Itaú em 2005 e é um dos grandes responsáveis pela forte expansão que a casa teve nos segmentos de mercado de capitais e fusões e aquisições, ao longo da última década.
A grande pergunta que se ouvia ontem no mercado é o significado desse movimento para o Itaú BBA. Havia especulações de que a instituição estaria reduzindo sua aposta na área de banco de investimentos, diante do cenário difícil da economia nacional - e que vem afetando todos que atuam nesse segmento.
Porém, o Valor apurou com alta fonte do banco que o objetivo é manter a liderança nesse mercado. A saída de Etlin deve ensejar uma revisão de estrutura, mas não com objetivo de redução ou perda de relevância estratégica dentro de toda a corporação.
No comunicado do banco, Eltin afirma que seguirão agora "trabalhando para assegurar a transição de maneira absolutamente suave".
Conforme o Valor apurou, o executivo já tem planejado os próximos passos profissionais, mas vem mantendo a informação a "sete - chaves " justamente por conta de sua permanência no Itaú BBA até o fim deste ano.
Etlin não irá para outro banco. A expectativa é que assuma posição de liderança em gestão de recursos, à frente de fundo de "private equity" ou soberano.
Formado em Administração pela FGV, com mestrado no Insead, de Fontainebleau, França, Etlin também teve passagens pelo J.P. Morgan e pelo UBS.
Tem ainda atuação como membro de conselhos de administração voltados para artes e esportes. Participa de colegiados como do Museu de Arte Moderna de São Paulo? da Fundação Bienal de São Paulo? da Lhoist, da Bélgica? e da Confederação Brasileira de Rugby, em São Paulo. Também compõe o conselho consultivo internacional da Sotheby's International, de Nova York, e da SHV, na Holanda.