Aproveitando a onda da valorização dos imóveis, o Santander começa a negociar hoje na bolsa o fundo Santander Renda de Aluguéis FII. Chamado de "fundo de tijolo", o produto remunera seus investidores com o aluguel pago pelos locadores.
No caso do Santander, foram captados R$ 360 milhões, dos quais R$ 60 milhões foram usados para comprar um prédio na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Os outros R$ 300 milhões também serão usados na compra de imóveis na capital paulista, especialmente prédios comerciais e galpões de logística.
Como o produto começa a ser negociado hoje na bolsa, qualquer investidor pode aplicar seu dinheiro nele. As cotas serão vendidas, inicialmente, a R$ 100. Segundo Marcos Vinicius Fernandes, superintendente de Fundos Imobiliários da Santander Asset Management, o rendimento buscado pelos gestores é de 6% a 7% ao ano e o produto tem isenção de imposto de renda para pessoas físicas. A taxa de administração, no entanto, é de 1,25% ao ano e não tem taxa de performance.
Para o executivo, esse é um bom momento para se investir no mercado imobiliário devido ao aquecimento da economia. "Nossa decisão de criar esses produtos veio a partir da perspectiva macroeconômica do país, com queda dos juros, a melhora de cenário econômico, e a volta do consumo", diz. Ele afirma que capitais como São Paulo já mostram uma diminuição na vacância e aumento dos preços de aluguéis, o que evidencia que o setor de imóveis deve continuar em alta neste ano.
Ainda segundo Fernandes, o ano passado foi marcado por uma forte demanda de investidores pessoas físicas por fundos imobiliários. De acordo com o executivo, esses produtos se mostraram como uma alternativa à renda fixa, que perdeu parte de sua atratividade desde a queda dos juros.
Ele explica que a ideia de criar um fundo de tijolo surgiu pela necessidade de oferecer aos investidores algum ativo que estivesse mais atrelado à "economia real". "Esse produto tem contratos de locação, ativos lá dentro e já alocados. É importante ter uma parcela do patrimônio investida em um mercado que não é puramente financeiro", diz. O especialista ainda sugere que de 10% a 15% da carteira dos investidores seja aplicada em ativos imobiliários.