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02/08/2022

São Paulo vende menos e lança mais em junho (Valor Econômico)

Oferta de imóveis na planta, em construção ou recém-entregues que estão disponíveis para compra cresceu 44% em um ano

A venda de imóveis novos na cidade de São Paulo caiu 8% em junho, em relação ao mesmo mês de 2021 e também na comparação com maio, apontam dados do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário). Os dados serão divulgados nesta terça-feira (2).

Foram 6.288 unidades comercializadas, ante 6.837 em junho do ano passado. Já os lançamentos cresceram, somando 9.269 unidades. Na comparação anual, a alta é de 33,6%. Em relação a maio deste ano, o aumento é de 21,5%. O valor geral de vendas (VGV) em junho foi de R$ 3,34 bilhões, queda de 6,2% ante junho de 2021, mas aumento de 7,7% sobre maio.

 

Houve aumento expressivo da oferta de imóveis novos à venda em São Paulo, na soma das unidades na planta, em construção e do estoque pronto, lançados nos últimos 36 meses. Há um ano, eram 45.446 unidades, mas, no fim de junho, o valor cresceu 43,8%, para 65.329 unidades disponíveis.

O valor global da oferta em junho foi de R$ 41,4 bilhões, aumento de 59,8% sobre junho de 2021.

 

Para Ely Wertheim, presidente-executivo da entidade, a queda de 8% nas vendas é sinal de que o mercado está entrando em fase de estabilidade, após ter crescido na pandemia. “Não deve ter grandes oscilações nem para cima, nem para baixo”, diz. Ele analisa que o aumento dos lançamentos se deve ao ciclo de aprovação dos projetos na prefeitura e, principalmente, a uma estratégia das incorporadoras de adiantar os novos projetos e concentrá-los até o terceiro trimestre, para fugir da eleição e da Copa do Mundo, nos últimos meses do ano. “Entre outubro e dezembro, por conta desses eventos, a pauta vai estar bem ocupada, não é um bom momento”, afirma.

 

Mesmo a elevação da oferta de imóveis novos em quase 44% não é motivo de preocupação, segundo Wertheim. Ele afirma que o número de unidades disponíveis em junho é similar ao de dezembro do ano passado, o que significaria uma estabilidade no estoque. “É consumo de um ano. Com a velocidade de venda que temos, se não houver produção, em tese você zera o estoque em 12 ou 14 meses”.

 

A participação dos imóveis econômicos, que integram o Casa Verde e Amarela, foi de 35% das unidades lançadas e 41% das vendidas na cidade em junho, aponta o Secovi-SP, e elas correspondem a 39% da oferta total disponível para venda hoje em São Paulo. Segundo o presidente-executivo, o patamar está abaixo do normal, uma vez que a média histórica é de 50% das unidades lançadas. Há expectativa que as mudanças anunciadas recentemente no programa habitacional ajudem a recuperar o patamar histórico nos próximos 90 dias, afirma Wertheim.

 

Os imóveis mais lançados e vendidos em junho tinham dois quartos, área entre 30 m2 e 45 m2 e custavam de R$ 240 mil a R$ 500 mil. Já as unidades vendidas mais rápido foram as de um quarto, com até 30 m2 e preço de até R$ 240 mil.

 

Matéria publicada em 02/08/2022

FONTE: VALOR ECONôMICO