Brasília - A caderneta de poupança completou o décimo mês consecutivo de saques. Em outubro, as retiradas superaram os depósitos em R$ 2,712 bilhões, elevando a saída líquida no ano para R$ 53,251 bilhões.
O resultado do mês não foi ainda pior por causa de uma entrada de R$ 735 milhões no último dia útil do mês, pois até o dia 28 os saques somavam R$ 3,448 bilhões. Em outubro de 2015, os saques líquidos foram de R$ 3,264 bilhões.
No ano passado, as retiradas superaram os depósitos em R$ 53,567 bilhões, marcando o pior ano da série estatística compilada pelo BC desde 1995. Em 2014, a poupança captou R$ 24,034 bilhões — menor volume desde os R$ 14,186 bilhões de 2011. O recorde se deu em 2013, com a entrada líquida de R$ 71,047 bilhões.
Inflação elevada, aumento do desemprego, menor crescimento da renda do trabalhador e maiores gastos com tarifas e combustíveis são alguns dos fatores que explicam os saques neste ano. Outra questão é o patamar da Selic. Mesmo após a redução da taxa em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano, a caderneta perde em termos de rentabilidade para outros investimentos, apesar da isenção de imposto de renda.
Como o saque de recursos foi inferior ao rendimento de R$ 4,062 bilhões, o patrimônio total da poupança subiu de R$ 642,990 bilhões em setembro para R$ 644,340 bilhões no mês passado. No ano, no entanto, o patrimônio cai R$ 12,250 bilhões.
Em outubro, os bancos que aplicam recursos da caderneta em crédito imobiliário mostraram saque líquido de R$ 1,770 bilhão (SBPE). E as instituições que destinam os recursos para o crédito rural registram saída líquida de R$ 941,878 milhões (SBPR).