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05/08/2016

Saques da poupança chegam a R$ 43,7 bilhões até julho

O estoque total desse investimento está em R$ 641,3 bilhões.

Fruto da recessão econômica no País, a fuga de investimentos da caderneta de poupança nos primeiros sete meses deste ano chegou a R$ 43,7 bilhões, o maior volume da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em janeiro de 1995. Em julho, foi sacado R$ 1,1 bilhão a mais que o valor depositado. Apesar de negativo, o montante retirado é o menor do ano até agora. 

A redução no ritmo das retiradas, entretanto, não pode ser considerada uma tendência de melhora no quadro, na avaliação do diretor executivo de Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.

“Não podemos dizer que é uma tendência ainda. Vai continuar essa sangria”, disse Oliveira. Para ele, o período de sangria menor pode ter sido motivado por fatores pontuais, como o adiantamento do pagamento do décimo terceiro por empresas no meio do ano. “O quadro econômico ainda não mudou”, avaliou.

É preciso levar em conta, também, que o desempenho no mês passado só não foi pior porque no último dia útil de julho ingressaram R$ 3,8 bilhões na caderneta. Esse movimento de arrecadação nos últimos dias do mês é tradicional e ocorre com aumento dos depósitos em razão de aplicações automáticas da conta corrente que alguns investidores já deixam programadas para ocorrer.

De acordo com o BC, o total de aplicações no mês passado foi de R$ 159,7 bilhões e o de saques, de R$ 160,9 bilhões. O estoque total desse investimento está em R$ 641,3 bilhões. 

Ano - Nos primeiros sete meses deste ano, as retiradas líquidas da poupança foram 6,6% maiores que no mesmo período de 2015, quando o resultado negativo já havia registrado recorde, com saída de R$ 41 bilhões.

Segundo o diretor da Anefac, o que mais influi no resultado negativo é a recessão econômica, que provoca desemprego e queda na renda das famílias, levando a um volume menor de depósitos. Ao mesmo tempo, a crise obriga as pessoas a retirarem mais recursos para honrar compromissos. Por fim, a baixa rentabilidade da poupança, frente a outros investimentos, também gera impacto. “Ainda estamos praticamente no meio do ano e já atingimos um saldo negativo de mais de R$ 40 bilhões”, ressaltou Oliveira.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO