Levantamento elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP em parceria com a Robert Michel Zarif Assessoria Econômica revelou que o volume de lançamentos de imóveis residenciais cresceu em Bauru. Como o setor trabalha sempre com perspectivas futuras de mercado, o número demonstra o otimismo do segmento, caso os níveis de emprego voltarem a crescer.
De acordo com o levantamento, em 2016, foram 2.357 unidades lançadas, volume 75% maior do que as 1.345 registradas no ano anterior. Trata-se do melhor resultado obtido pelo setor nos últimos cinco anos.
Os números foram apresentados ontem, na OAB-Bauru, durante evento que contou com a presença do presidente do Secovi-SP, Flavio Amary. Ele explica que Bauru, cuja economia está pulverizada em setores de comércio e serviços, manteve estabilidade, mesmo na crise. "São Paulo, por exemplo, apresentou forte queda de lançamentos e vendas de 2014 para 2015 e de 2015 para 2016. Já em Bauru verificou-se um equilíbrio, o que aumenta a previsibilidade e a capacidade dos empreendedores em atender as demandas da cidade".
No cenário nacional, Amary afirma que as expectativas de retomada de vendas são boas, mas condicionadas essencialmente à recuperação da economia e à consequente queda nas taxas de desemprego. "Hoje, vivemos uma situação de estabilidade com perspectiva de melhora. Com a retomada do nível de emprego, que é o único indicador que ainda não apresentou melhora no País, o mercado imobiliário também volta a ficar aquecido", salienta.
Tendência - Em termos de lançamentos, os imóveis de dois dormitórios econômicos corresponderam a 78% do total de novas unidades em 2016. Na sequência, vêm os imóveis de três dormitórios, com 17% do total.
"É algo que se repete no resto do Brasil, porque reflete o atendimento à classe média, que é a maioria da população no País. São imóveis na faixa de 40 a 65 metros quadrados e na faixa de até R$ 300 mil, incluindo os lançados por meio do Minha Casa, Minha Vida (MCMV)", esclarece o presidente da entidade.
Já os imóveis de quatro dormitórios, com área privativa média de 134 metros quadrados e avaliados em cerca de R$ 725 mil, tiveram alta expressiva no ano passado, com cem novas unidades após quatro anos consecutivos sem qualquer novo lançamento. Diretor regional do Secovi-SP em Bauru, Riad Elia Said pontua que o movimento deste padrão de empreendimento tende a ser cíclico, com lançamentos em momentos pontuais.
"Pela pesquisa, o resultado reflete o lançamento de um ou outro empreendimento. Mas não há uma tendência de alta. Pode, inclusive, voltar a diminuir nos próximos anos. Mas, de maneira geral, o volume de vendas na cidade é considerado sadio e os empresários já preveem um cenário futuro favorável. Os últimos cortes na taxa básica de juros, o aumento do limite de financiamento pelo FGTS e as recentes medidas de ampliação do atendimento da demanda do programa MCMV trazem mais confiança ao setor", completa.
Sem aprovação de loteamentos - Os loteamentos também foram contemplados pelo estudo, a partir de levantamento do número de projetos Habitacionais do Estado de São Paulo (Graprohab) nos últimos anos. Em 2016, foram protocolados 644 projetos de loteamentos no Estado de São Paulo, ante os 692 formalizados no ano anterior.
Bauru e cidades próximas não tiveram aprovados no Graprohab no ano passado. Em 2015, houve uma aprovação em Agudos, com 127 lotes programados, e outra em Piratininga, com 100 unidades previstas.
“Essa questão representa um importante entrave para o mercado imobiliário de Bauru. Algumas cidades da região aprovaram mais projetos do que nosso município. Dificuldades com a legislação ambiental e tempo de aprovação são fatores de grande preocupação para os empresários do setor e inviabilizam novos investimentos no segmento”, aponta Bruno Pegorin, diretor de Habitação Econômica da Regional Secovi em Bauru.