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15/03/2017

Secovi-SP prevê crescimento em 2017

O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado caiu 18%, no ano passado, para R$ 8,6 bilhões, segundo o Secovi-SP. A comparação considera dados atualizados pelo INCC-DI de dezembro.

Depois da queda de 19,7% na venda de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo em 2016, pior ano da série histórica iniciada em 2004, o Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, acredita que o mercado possa crescer de 5% a 10% neste ano e já considera possibilidade de revisar a projeção para cima em junho ou julho. "Acreditamos que 2017 seja o ano de retomada", afirma o presidente do Secovi-SP, Flávio Amary. Segundo ele, o início da melhora será sentido "quando o Brasil deixar de perder empregos e começar a criar empregos".

No ano passado, foram vendidas 16 mil unidades residenciais novas em São Paulo, de acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP (PMI). O volume ficou 43,6% abaixo da média anual de 2004 a 2015, de 28,7 mil unidades. Desde 2015, o desempenho anual está inferior ao de 2004, quando foram definidos marcos regulatórios do setor, como patrimônio de afetação. Na avaliação do economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, a movimentação do mercado imobiliário paulistano, em 2016, foi a menor em 15 ou 20 anos.

O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado caiu 18%, no ano passado, para R$ 8,6 bilhões, segundo o Secovi-SP. A comparação considera dados atualizados pelo INCC-DI de dezembro.

Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), divulgados pelo Secovi-SP, apontam que os lançamentos residenciais realizados em 2016 na cidade de São Paulo encolheram 23,3%, para 17,6 mil unidades. O volume lançado também é inferior ao de 2004. No fim do ano passado, havia oferta de 24.130 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo, o que significa que são necessários 19 meses para consumir a totalidade dos imóveis.

Ainda em 2016, o preço por metro quadrado lançado foi de R$ 8,8 mil, na cidade de São Paulo, o que representa estabilidade em relação a 2015. "Os preços estão estáveis há dois ou três anos, e há perspectiva de valorização", diz Amary. O presidente do Secovi-SP defende que incorporadoras que tomarem decisões de investimento e consumidores que fecharem aquisições de imóveis, neste momento, vão realizar "um bom negócio".

O vice-presidente de incorporação e terrenos urbanos do Secovi-SP, Emilio Kallas, avalia que os lançamentos terão altas de preços de até 10% neste ano. Em um futuro próximo, a expectativa de Kallas é que o aumento varie de 10% a 40%, conforme a localização do imóvel, devido ao novo Plano Diretor de São Paulo.

Segundo o economista-chefe do Secovi-SP, atualmente os preços que seriam necessários em algumas regiões de São Paulo não são compatíveis com o que é possível cobrar do consumidor. Ele leva em consideração os custos com outorga onerosa (contrapartida financeira para a incorporadora erguer o prédio além do potencial construtivo básico até o limite do coeficiente de aproveitamento máximo) e com certificados de potencial adicional de construção (Cepac).

O Secovi-SP defende alterações no Novo Plano Diretor de São Paulo. De acordo com Kallas, a atual administração de São Paulo prometeu avaliar as "incongruências" do plano.

Petrucci ressaltou que o novo ciclo imobiliário ocorrerá de maneira mais gradativa do que o anterior. "É um novo ciclo muito mais responsável, tênue e gradual do que o que ocorreu no passado. Aqueles crescimentos exponenciais ficaram no passado", afirma o economista-chefe.

Em relação à questão dos distratos, o presidente do Secovi-SP defende que acordo de compra e venda do imóvel seja irrevogável e não se discuta mais o percentual a ser retido pelas incorporadoras quando ocorre uma rescisão. "Se o distrato valer, que seja para o comprador e o vendedor", afirma Amary.

FONTE: VALOR ECONôMICO