Por Sérgio Tauhata
Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostra que seguro Habitacional foi utilizado como garantia no financiamento de 994 mil imóveis residenciais em 2023. Mais de R$ 6,4 bilhões foram arrecadados pelo produto no ano passado, uma alta de 13,4%, se comparado a 2022.
De acordo com a entidade, o avanço em 2023 foi o mais expressivo desde o início da pandemia, em 2020, quando o produto arrecadou R$ 4,5 bilhões. Para Alexandre Leal, diretor técnico e de estudos da CNseg, pela natureza obrigatória da contratação, a alta na procura pelo produto é um sinal importante do aquecimento do mercado imobiliário.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o crédito imobiliário encerrou 2023 com R$ 251 bilhões em concessões no país, número 4% maior que o de 2022. “Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pela queda da taxa básica de juros (Selic), que fechou o ano em 11,75%”, destacou Leal.
No Brasil, a contratação do seguro habitacional é obrigatória no financiamento de imóveis, funcionando como garantia para as operações de crédito imobiliário, tanto na aquisição quanto construção.
De acordo com o presidente da comissão de seguro habitacional da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Lincoln Peixoto, o produto traz sustentação ao crédito imobiliário, uma vez que, ao evitar o prejuízo com a inadimplência dos financiamentos, permite que as instituições financeiras ampliem a oferta. “O seguro Habitacional é uma garantia que protege, ao mesmo tempo, a família do mutuário, ao assegurar que ela permaneça com o imóvel na sua falta, por morte ou invalidez permanente, e a instituição financeira que tem a certeza de que uma eventual dívida será quitada", explica.
Em 2023, as seguradoras pagaram R$ 1,4 bilhão em indenizações com o produto. Beneficiários no Estado de São Paulo receberam R$ 245,3 milhões, enquanto em Minas Gerais o montante alcançou R$ 18,6 milhões e no Rio Grande do Sul, R$ 13,3 milhões.