Silvia Rosa e Talita Moreira
Em sua primeira teleconferência com analistas como novo presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher sinalizou que o crescimento da carteira de crédito deve ficar um pouco abaixo do cenário mais otimista projetado pelo banco para este ano, que era de 4%. Bracher afirmou que o desempenho do portfólio deve ficar no ponto médio das projeções feitas pela instituição para este ano, que variam de zero a avanço de 4%. O executivo ressaltou que a carteira de crédito parou de piorar e já nota uma melhora na originação de operações no varejo, mas ela está concentrada nos segmentos de alta renda. "Não mudamos nosso apetite de risco ainda", disse.
O Itaú Unibanco também reduziu a previsão para a margem financeira com clientes, que deve ficar mais perto do piso da projeção do banco, de queda entre 0,5% e 4% neste ano. A previsão incorpora a perspectiva de corte maior da Selic, com a média do mercado apontando para um dígito, e a entrada em vigor de novas regras para a cobrança do rotativo nas operações de cartões de crédito. Desde abril, os clientes só podem ficar no rotativo por 30 dias. Depois desse período, o saldo deve ser parcelado com juros menores.
O presidente do Itaú Unibanco espera continuidade da redução da inadimplência na carteira de pessoa física até o fim do ano, devendo ficar estável no segmento de pequenas e médias empresas e volátil entre as grandes empresas. Bracher também indicou que as despesas não decorrentes de juros devem ficar no ponto médio do guidance do banco, que prevê expansão de 1,5% a 4,5%.
O executivo disse que o banco deve fechar cerca de 180 agências e postos de atendimento neste ano, dos quais cem já foram encerrados no primeiro trimestre. Paralelamente, o banco vem investindo em agências digitais. O Itaú abriu nove unidades neste ano e a meta é chegar a 20 unidades até dezembro.
