A Setin Empreendimentos Imobiliários mantém sua projeção inicial de que o Valor Geral de Vendas (VGV) de seus lançamentos imobiliários chegará a R$ 700 milhões, em 2019, mas já espera ritmo de vendas menor. "No fim de 2018, acreditávamos que, dos R$ 700 milhões, chegaríamos ao fim do ano com vendas de cerca de 60%. Hoje, esperamos alcançar 40%", conta o presidente da incorporadora, Antônio Setin.
Na avaliação do empresário, havia um otimismo exagerado de que o Brasil iria "melhorar muito rapidamente", mas a velocidade de comercialização de imóveis começou a diminuir em março. "Os meses de novembro a fevereiro foram excepcionais na venda de lançamentos e de estoques", compara Setin. Segundo ele, o desempenho do setor, no início do ano, resultou na expectativa de que o mercado imobiliário "já estava de novo no paraíso". "Ficamos mal acostumados entre 2010 e 2013", afirma.
O presidente da Setin ressalta que a demanda consistente por imóveis depende da confiança no crescimento da economia e no aumento da renda e do nível de emprego, fatores relacionados à aprovação da reforma da Previdência. Mas o empresário diz continuar a acreditar na retomada do mercado, que está melhor do que nos últimos anos. "Continuamos com o pé no acelerador, buscando comprar terrenos e aprovar projetos", afirma.
O VGV projetado para 2019 representa alta de 40% em relação aos R$ 500 milhões apresentados pela Setin no ano passado. Metade da meta já foi cumprida. "Os R$ 700 milhões estão dados. Temos projetos aprovados e prazos fechados com os proprietários de terrenos para lançamentos", diz o presidente da incorporadora.
A principal atuação da Setin são empreendimentos para as rendas média e média-alta, nos chamados eixos estruturantes da cidade de São Paulo - proximidades de metrôs e corredores de transporte público, onde o potencial construtivo aumentou com o novo Plano Diretor. A incorporadora desenvolveu projetos na Região Metropolitana de São Paulo, mas Setin considera que o preço obtido por metro quadrado nas cidades do entorno da capital não são suficientes para arcar com o custo de produção.
A Setin Empreendimentos Imobiliários resultou da parcela dos ativos que ficou de fora da venda da incorporadora para a Klabin Segall em outubro de 2007. Após essa operação, Antônio Setin tornou-se acionista da Klabin Segall. No primeiro semestre de 2009, a então Agra e o espanhol Enrique Bañuelos compraram a Klabin Segall, e Setin deixou a empresa.