As incertezas com relação ao quadro político e econômico têm alimentado a desconfiança de boa parte dos agentes econômicos. Mas há animadoras exceções. Os bons resultados do mercado de imóveis na capital paulista têm sido mais do que suficientes para manter o otimismo desse segmento responsável por grande volume de emprego e que tem poder de impulsionar o crescimento de diferentes atividades econômicas.
A Pesquisa do Mercado Imobiliário da cidade de São Paulo realizada pelo sindicato da habitação, o Secovi-SP, mostrou que também em agosto se manteve o desempenho observado desde o início do ano, com crescimento das vendas e dos lançamentos de imóveis residenciais novos.
No mês, foram vendidas 6.611 unidades, 23% mais do que em julho e 4,1% acima do total comercializado um ano antes. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as vendas somaram 41.919 unidades, 51,9% mais do que em igual período do ano passado.
Os lançamentos em agosto somaram 7.749 unidades residenciais novas na capital, 11,8% mais do que os do mês anterior. No ano, foram lançadas 41.797 unidades, 106,5% mais do que o volume registrado nos oito primeiros meses de 2020. “Foi o segundo melhor resultado da série histórica para o mês de agosto”, destacou o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.
Problemas que preocupavam o setor até há pouco parecem superados. O aumento dos preços dos insumos, por exemplo, que vinha sendo apontado como risco para a continuidade do crescimento do setor, preocupa menos. Os reajustes agora estão alinhados com a inflação – que, observe-se, se acelerou nos últimos meses.
O presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, confia na política monetária do Banco Central e acredita que “voltaremos à meta da inflação em breve”. Confiança é essencial num segmento, como o setor imobiliário, que atua com projeções e expectativas de médio e longo prazos. A previsibilidade, completa Jafet, é fundamental tanto para as empresas do setor como para as famílias dispostas a assumir compromissos financeiros de até 30 anos.
O Secovi-SP prevê que, no ano, serão lançadas entre 70 mil e 72 mil unidades, com aumento de 17% a 20% sobre o ano passado; as vendas podem crescer entre 21% e 26%