O desempenho de vendas de material de construção deve terminar estável em 2020 em relação a 2019, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, Rodrigo Navarro. As pequenas reformas feitas nas casas durante o período de isolamento e o auxílio emergencial ajudaram o setor, assim como o aquecimento do mercado imobiliário no ano passado. Para este ano, a expectativa de crescimento é de 4%.
"O ano passado foi de superação. Em junho, a expectativa era de queda de 7% no faturamento, segundo estudo da FGV. Voltaríamos ao nível de 2015. Mas o setor se recuperou e devemos fechar com 0,4% de crescimento", afirma.
O aquecimento no segundo semestre fez com que os consumidores encontrassem dificuldades para encontrar alguns produtos no varejo. Segundo Navarro, o nível de capacidade instalada teve que subir muito rápido para acompanhar a demanda, saindo de 53% em maio para 88% em novembro. Em janeiro, a utilização ficou em 77% na média das empresas. A alta do dólar também afetou setores de cobre e cabos, por exemplo, assim como a falta de matérias-primas importadas.
Para 2021, o sentimento do setor é um "otimismo moderado", com expectativa de crescimento de 4%. A principal questão é o recrudescimento da pandemia e a velocidade da vacinação. Este sentimento não se reflete em relação às ações do governo para o setor de construção civil. Segundo o levantamento "Termômetro da Indústria de Materiais de Construção", apenas 6% das empresas estão otimistas sobre as ações nos próximos 12 meses. No mês anterior, dezembro/2020, 16% estavam otimistas.
"Na economia, dependemos das reformas que estão sendo discutidas há muito tempo para redução do custo Brasil", afirma Navarro.