Após um forte crescimento de vendas visto a partir do início da pandemia, em 2020, até meados deste ano deste ano, o mercado de móveis começa a dar sinais de acomodação. No ano passado, as vendas do varejo de móveis saltaram 8% e, em 2021, a expectativa é de que ainda fechem com alta de 3%, para algo em torno de 423 milhões de peças. “Vai ser um pouso suave para um setor que vinha de período de muita dificuldade desde 2015 e que teve um desempenho muito forte do ano passado até agora”, explica Marcelo Prado, economista e diretor da empresa de pesquisas IEMI - Inteligência de Mercado. A projeção, portanto, é de que o setor se acomode, mas permaneça acima dos níveis registrados desde a crise de 2015 até 2019, quando teve início a reação.
De acordo com o economista, além dessa demanda reprimida desde 2015, o setor está se beneficiando do aquecimento da construção civil. Em 2020, embora os lançamentos tenham recuado 17,8%, as vendas subiram 9,8%, apontam dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC). Essa venda dos estoques do setor imobiliário ajudou a indústria de móveis. “Ainda tem muito imóvel para ser entregue por causa de rupturas na cadeia de fornecimento”, afirma Prado. Até o segundo trimestre deste ano, as vendas ante mesmo período de 2020 haviam saltado 60,7% e os lançamentos mais do que dobraram, crescendo 114,6%.