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08/08/2022

Setor imobiliário observa com preocupação o novo aumento da taxa de juros (O Globo)

No setor, há a expectativa de elevação dos valores das unidades agora no segundo semestre

No mercado imobiliário, o novo aumento da taxa de juros é visto com preocupação pelo reflexo no aumento do custo da construção e possível reajuste do crédito imobiliário. No setor, há a expectativa de elevação dos valores das unidades agora no segundo semestre.

 

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) aposta no histórico para considerar que a elevação na Selic não impedirá investimentos em imóveis, já que os juros sempre estiveram acima de dois dígitos e, mesmo assim, o "mercado imobiliário não deixou de se desenvolver".

 

Já Felipe Ferreira, diretor da Ferrara Gestão, salienta que a alta de juros causa uma retração no consumo e, por consequência, um aumento do desemprego, diminuição de renda e dificuldade de conseguir novos financiamentos.

 

- Outro impacto atinge as empresas, já que elas não vão conseguir crédito para financiar a produção e as suas expansões. Isso atrelado a um desestímulo ao consumo, temos o cenário ideal para o aumento do desemprego.

 

Leandro Guimarães, CEO da LGCON Engenharia, concorda, mas salienta que impactará as empresas de forma diferente, dependendo do nicho trabalhado:

 

- As empresas especializadas no segmento popular também perdem a capacidade construtiva, pois fica impossível construir com os custos elevados, mantendo o valor de venda dentro das faixas, o que pode levar ao adiamento dos lançamentos. Já em relação ao mercado imobiliário de alta renda, o impacto tende a ser menor, pois como não existem faixas de valores de venda estabelecidos, as construtoras acabam acompanhando a dinâmica da variação do Índice Nacional da Construção Civil, o INCC, durante o período das construções - considera.

 

Mesmo assim, para quem pode, Guimarães considera que o momento é extremamente favorável para a compra de imóveis em estoque, já que os lançamentos tendem a vir muito mais caros. Robson Macedo, CEO da BidYou, assessoria de investimentos imobiliários, analisa que, dada esta incerteza macroeconômica, o investimento em ativo real, ou seja, imóveis, atua como um potencial de ‘reserva de valor’.

 

- Este efeito explica a razão pela qual os imóveis de alto valor estão tendo uma procura significante na comparação com os imóveis de baixo valor. O efeito também é percebido no aumento de investidores em leilões de imóveis – comenta

 

Matéria públicada em 06/08/2022

FONTE: O GLOBO