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23/11/2021

Setor imobiliário terá melhor ano de lançamentos e vendas em 2021 e deve ficar estável em 2022

No acumulado de nove meses, houve aumento de 37,6% nos lançamentos, na comparação anual, para 171.013 unidades, e 22,5% de crescimento das vendas, para 187.952 unidades, segundo CBIC

O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Celso Petrucci, afirmou que 2021 será melhor ano em lançamentos e vendas no mercado imobiliário, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor.

No acumulado de nove meses, houve aumento de 37,6% nos lançamentos, na comparação anual, para 171.013 unidades, e 22,5% de crescimento das vendas, para 187.952 unidades. “Estamos chegando a um equilíbrio entre lançamentos e vendas”, disse o vice-presidente.

De acordo com Petrucci, o esgotamento da oferta de imóveis registrado no fim de setembro se daria em 9,5 meses.

Já no terceiro trimestre, os lançamentos imobiliários cresceram 13,6%, na comparação anual, para 66.135 unidades. Os números incluem projetos para todas as faixas de renda.

Por outro lado, as vendas de imóveis caíram 9,5% entre julho e setembro, para 58.941 unidades. Isso se deveu, segundo a CBIC, ao “aumento dos insumos dos materiais de construção, sem a necessária contrapartida no poder de compra das famílias”.

No fim de setembro, havia oferta de 203.632 unidades, o que representa queda de 1,2% em relação ao volume de imóveis disponíveis um ano antes.

A pesquisa da CBIC foi realizada em 162 cidades.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, afirmou que ainda há “margem muito grande para aumento de preços dos imóveis”, considerando-se as elevações de custos de insumos.

“A alta de preços é limitada pelo poder aquisitivo das pessoas, mas ocorrerá mais para frente”, disse Martins.

O representante setorial ressaltou que é preciso “cuidar dos custos para não tirar a possibilidade de famílias terem casa própria”.

Em relação à queda de participação do programa habitacional Casa Verde e Amarela no total do mercado, o presidente da CBIC disse que isso não pode ocorrer no segmento que responde por 90% do déficit habitacional.


Aliás, os lançamentos de imóveis do Casa Verde e Amarela caíram 18,1%, no terceiro trimestre, ante o mesmo período de 2020, para 26.269 unidades. O volume enquadrado no programa habitacional corresponde a 40% do total apresentado ao mercado de julho a setembro.

As vendas tiveram queda de 19,9%, para 27.543 unidades, correspondendo a 47% do total comercializado no período.

A CBIC espera que mudanças anunciadas pelo governo para o Casa Verde e Amarela, com ajuste da curva de descontos e o aumento dos limites máximos de preço, tenha impacto a partir deste trimestre.

No fim de setembro, a oferta final de unidades enquadradas no programa ficou 7,8% menor do que a de 12 meses antes, chegando a 83.196 unidades.

Expectativa para 2022

O mercado imobiliário ficará estável em lançamentos e vendas, em 2022, na comparação com os deste ano, segundo Petrucci. “Independentemente do cenário que vamos enfrentar, não vislumbro queda nem crescimento do mercado no ano que vem”, diz Petrucci.

A CBIC vai divulgar, na segunda semana de dezembro, suas projeções para este ano. Segundo o sócio-diretor da consultoria Brain, Fábio Tadeu Araújo, se o desempenho do quarto trimestre for semelhante ao do período de julho a setembro, os lançamentos terão crescimento de 15,9%, no acumulado de 2021, e as vendas aumentarão 10,7%.Incorporadoras: Vendas caem 1,2% no 3º trimestre, para R$ 7,59 bilhões. 

FONTE: VALOR ECONôMICO