O Sindicato da Indústria de Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) enviou, na quarta-feira, carta aos deputados e senadores paulistas, demonstrando a preocupação do setor com atrasos de pagamentos pelo governo de obras da faixa 1 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Na carta, o Sinduscon-SP cita que os atrasos, constantes desde dezembro, chegam a R$ 400 milhões - 22% referentes a empreendimentos no Estado de São Paulo.
"A promessa do governo de que esta situação se regularizaria até o fim de março não se concretizou. As construtoras enfrentam atrasos de pagamentos superiores a 40 dias", diz a carta, assinada pelo presidente do Sinduscon-SP, Odair Senra, e pelo vice-presidente de habitação, Ronaldo Cury de Cápua. A entidade ressalta que algumas empresas terão de "paralisar obras e demitir trabalhadores" e, no limite, finalizar as atividades.
O Sinduscon-SP solicita interlocução dos parlamentares junto aos ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional para assegurar a continuidade do programa, a erradicação do déficit habitacional e a geração de empregos. A entidade cita que, em dez anos, o Minha Casa, Minha Vida gerou mais de um milhão de empregos. Hoje, o programa responde por 66% do mercado imobiliário.
Na terça-feira, em evento realizado pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o secretário nacional de habitação, Celso Toshito Matsuda, afirmou temer que possam faltar recursos para a continuidade de obras da faixa 1 do programa a partir de meados do ano, em função do contingenciamento recente de R$ 30 bilhões para os ministérios.
Até maio, há recursos do Tesouro Nacional para as contratações das obras em andamento da faixa 1, de acordo com o secretário, mas a partir daí pode faltar dinheiro. "Estou rezando para que a arrecadação comece a aumentar a partir de maio. O contingenciamento pode aumentar ou diminuir de acordo com a evolução da economia", disse