Por Ana Luiza Tieghi
A incorporadora SKR está apostando nos empreendimentos residenciais para renda (também conhecidos como multifamily) e criou uma área de asset, a SKR Viva, para trabalhar esse tipo de negócio e outros investimentos com fundos. A empresa tem 20% do projeto SAO 2222, na avenida Rebouças (zona sul da capital paulista), do qual também são sócios o fundo canadense CPP e a americana Greystar, que vai operar o edifício. A entrega está prevista para março de 2023.
Os mesmos parceiros serão responsáveis por outros dois empreendimentos para renda em São Paulo. As obras devem se iniciar entre agosto e outubro. Um fica na rua Luminária, em Pinheiros, e outro na Minerva, em Perdizes. A previsão é entregar as unidades, decoradas e prontas para morar, em 2025.
“É uma diversificação”, diz Silvio Kozuchowicz, fundador da SKR. “O mercado imobiliário todo só trabalha com compra e venda, tende a ser o mais oportunista possível, mas entendemos que a área de asset é uma forma de estar nesse mercado de verdade, nos colocando dentro de perspectiva de valorização, com parte do patrimônio para longo prazo”, afirma. Segundo ele, os três empreendimentos, se comercializados, teriam valor geral de venda (VGV) de R$ 600 milhões.
Além da remuneração pelo aluguel das unidades, que a SKR estima ter potencial para atingir de 7% a 9% ao ano, a empresa pensa em vender sua participação nos projetos, no futuro.
A incorporadora, da qual a Cyrela detém 50% desde 2007, também se associou a fundos para lançar residenciais para venda. O fundo SPX será parceiro para a construção de três empreendimentos na capital paulista, os edifícios Latitude, Leaf e Aya, com VGVs de R$ 100 milhões, R$ 200 milhões e R$ 210 milhões, respectivamente.
Kozuchowicz conta que, antes, a empresa só trabalhava com capital próprio, mas que formar parcerias com fundos dá capacidade financeira para crescer e aproveitar melhor o potencial dos projetos, ainda mais em um momento tão desafiador para o setor imobiliário quanto o atual.
“Temos um competidor sério hoje que é a taxa de juros altíssima, mas a vantagem disso é que ela não pode continuar assim por muito tempo, ou quebra todo mundo”, diz o empresário, para quem a inflação já chegou ao topo e deve começar a cair. “[Esse é] provavelmente um dos momentos mais difíceis da nossa histórica econômica”, avalia.
Kozuchowicz aposta em alta no preço dos imóveis na cidade, o que vê como uma necessidade, diante dos aumentos de custo de produção. “Não tem como o mercado imobiliário não se valorizar, porque o custo está subindo e os terrenos de qualidade estão escassos”, afirma.
(Matéria publicada em 04/07/2022)