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04/12/2024

Taxa de poupança do Brasil é a menor desde 2019, diz IBGE (Valor Econômico)

Queda nos recursos poupados reflete o aumento no consumo das famílias

Por Lucianne Carneiro, Alessandra Saraiva e Rafael Rosas

 

A taxa de poupança no país atingiu 14,9% no terceiro trimestre ante 15,4% em igual período de 2023. É a menor taxa de poupança para um terceiro trimestre desde 2019, quando tinha sido 13,2%. O indicador corresponde à relação entre o montante poupado da renda das famílias e o PIB do país.

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirma que o movimento de queda reflete o aumento do consumo das famílias após o período da pandemia, quando atingiu 16,4% no terceiro trimestre de 2020 e 17,2% no terceiro trimestre de 2021.

Naquele momento, lembra ela, o isolamento social dificultou o consumo de serviços pelas famílias, especialmente entre aquelas de renda mais alta, que destinam uma parcela maior do orçamento doméstico para este tipo de gasto.

“Agora, com o aumento do consumo das famílias, a gente vê essa taxa de poupança caindo ao longo dos anos, em 2022, 2023 e 2024”, diz Palis.

O consumo das famílias subiu 1,5% no terceiro trimestre ante o segundo, a 13ª taxa positiva seguida na comparação com o trimestre imediatamente anterior. A variação ficou acima da do PIB como um todo, de 0,9%.

Frente ao terceiro trimestre de 2023, o consumo das famílias aumentou 5,5% — acima dos 4% do PIB e a 14ª alta consecutiva na comparação interanual. Uma sequência tão longa de taxas positivas não era observada desde 2008. Naquele momento, foram também 14 altas, entre o segundo trimestre de 2005 e o terceiro trimestre de 2008.

O momento positivo do mercado de trabalho e a continuidade das políticas de transferência de renda do governo foram citadas em mais de um momento por Palis para explicar a expansão do consumo das famílias. 

FONTE: VALOR ECONôMICO