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28/02/2020

Taxa menor para financiar casa própria é só para servidor público; entenda

Segundo a Caixa, não se trata de um "benefício" para servidores, mas eles levam vantagem porque têm estabilidade no emprego

No banco que domina o mercado de crédito imobiliário, as melhores taxas para financiar a casa própria não são para qualquer um. Na verdade, são só para servidores públicos, e com bom relacionamento com a Caixa.

Segundo a Caixa Econômica Federal, não se trata de um "benefício" para servidores, mas eles levam vantagem porque têm estabilidade no emprego, o que conta pontos na hora de traçar o perfil de risco do cliente.

 

Segundo a Caixa, as condições variam de acordo com o nível de relacionamento do cliente com o banco —se tem conta-corrente e outros produtos do banco, se tem perfil de bom pagador e se aceita ter a prestação do financiamento debitada direto na conta.

Financiamento com taxa fixa

Na nova modalidade de financiamento imobiliário, lançada na semana passada, as taxas são fixas e variam de 8% a 9,75% ao ano.

Para funcionários públicos com relacionamento com o banco, a taxa pode ser de 8,25%, 8,75% ou 9,25% ao ano, dependendo se o financiamento será em 10, 20 ou 30 anos. Para funcionários de empresas privadas também com relacionamento com o banco, porém, essas taxas sobem para 8,5%, 9% e 9,5% ao ano.

Para quem não tem conta na Caixa, vale a taxa mais alta, de 9,75% ao ano.

Por enquanto, a Caixa é o único banco que oferece esse tipo de financiamento.

 

Financiamento atrelado à inflação

Outro tipo de financiamento imobiliário tem a taxa atrelada à inflação. A modalidade foi lançada pela Caixa em agosto de 2019, e a iniciativa foi seguida pelo Banco do Brasil, em dezembro.

 

Na Caixa, as taxas nesta linha variam entre 2,95% a 4,95% mais IPCA.

A taxa mais baixa só vale para servidores públicos e em "condições especiais". A Caixa informou, na época do lançamento desse financiamento, que se trata do servidor com conta salário no banco, prestação do financiamento debitada direto na conta e perfil de bom pagador.

Para trabalhadores do setor privado, também em "condições especiais", a menor taxa oferecida é de 3,25% ao ano mais IPCA.

No Banco do Brasil, a taxa começa em 3,45% ao ano mais IPCA. O banco informou, em nota, que "o benefício da correção pelo IPCA é direcionado a clientes de alta renda, independentemente de serem servidores públicos ou privados, que terão essa taxa aprovada levando em conta o prazo do financiamento e a relação do cliente com o banco".

Maioria dos bancos: correção pela TR

Os outros três grandes bancos —Itaú Unibanco, Bradesco e Santander— oferecem financiamento imobiliário com correção por meio da TR (taxa referencial), que está zerada desde 2017.

O Bradesco informa que sua taxa mínima para financiamento de imóveis é de 7,30% ao ano TR, e diz que oferece "condições diferenciadas" aos servidores públicos, sem detalhar quais seriam essas condições.

O Itaú Unibanco diz que oferece taxas que começam em 7,45% ao ano mais TR, variando de acordo com o perfil do cliente e do imóvel. A instituição diz que não abre detalhes públicos sobre as variáveis que influenciam nas taxas para os clientes.

O Santander também não quis dar detalhes sobre como faz a avaliação de risco dos clientes de financiamento imobiliário.

 

Startup Loft cria marketplace de reforma de imóveis

Com a ferramenta, anunciantes revendem direto para terceiros por meio do portal, e a startup promove obras por encomenda dos compradores

Loft, especializada na compra e revenda de apartamentos de médio padrão em grandes metrópoles, está criando um marketplace de serviços de reforma de imóveis, numa iniciativa para acelerar as receitas no mercado imobiliário em recuperação no país.

A medida permitirá à startup ampliar seu raio de ação. Desde que foi criada, em agosto de 2018, a Loft usa recursos próprios para comprar apartamentos, reformá-los e depois revendê-los, modelo por meio do qual já transacionou cerca de mil imóveis.

 

Com o marketplace, anunciantes podem revender os imóveis direto para terceiros por meio do portal, com a startup promovendo melhorias por encomenda dos compradores.

O novo serviço permite já na saída que a Loft amplie o raio geográfico de atuação, de 24 para 37 bairros, do centro expandido da capital paulista, seu mais importante mercado. A ideia é expandir o serviço para as demais cidades onde atua, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, nos próximos meses. Assim como no negócio original, nesta modalidade a Loft também oferece um ano de garantia para a reforma.

 

Com a iniciativa, a startup busca uma forma de ampliar a monetização de sua rede, que interliga corretores, engenheiros, arquitetos e um batalhão de 8 mil profissionais incluindo pedreiros, pintores e outros, oferecendo a um público mais abrangente os serviços de reforma e acabamento a custos menores e de forma mais ágil.

É um primeiro salto após ter comprado a também startup de reformas Decorati, em novembro.

Neste primeiro bimestre de 2020, ainda funcionando em fase de testes, a modalidade já respondeu por 39 vendas de apartamentos, quase metade das unidades comercializadas. E à medida que chega a mais áreas, o valor médio por imóvel negociado, hoje em torno de 1,5 milhão de reais, vai caindo gradualmente para apartamentos de até 300 mil reais, enquanto o negócio ganha escala, disse o co-presidente da Loft Mate Pencz.

“Agora vamos poder explorar melhor nossas vantagens de ter uma estrutura verticalizada”, disse à Reuters Pencz, de origem húngara, que fundou a Loft com o alemão Florian Hagenbuch.

Criada com a objetivo de dar solução rápida para transações caras e demoradas de compra e venda de imóveis, a Loft rapidamente atraiu a atenção do mercado. Em janeiro, após receber um aporte de investidores incluindo Thrive Capital, QED e Monashees, tornou-se o mais recente exemplar brasileiro de unicórnio, startups avaliadas em ao menos 1 bilhão de dólares.

Além dos serviços de corretagem e de reforma de imóveis, a startup também vem deslanchando um braço financeiro, por meio do qual antecipa de 30% a 50% do valor do imóvel a vendedores, uma variedade do chamado home equity, num arranjo com os bancos Itaú Unibanco e Santander Brasil.

O avanço da Loft vem na esteira dos sucessivos sinais de recuperação do mercado imobiliário do país, após anos de severa queda num país em recessão. Agora, com o juro básico na mínima histórica de 4,25% ao ano, diversas construtoras estão indo ao mercado de capitais para buscar recursos para financiar projetos de crescimento.

Para Pencz, ainda há inúmeras oportunidades de oferta de serviços ligados ao mercado imobiliário que serão exploradas pela Loft, a partir de sua plataforma tecnológica. Num dos indicativos do que pode estar por vir, a Loft comprou no início do mês a startup de pesquisas de mercado Spry.

FONTE: UOL