A Tecnisa reverteu o lucro líquido de R$ 3,55 milhões do primeiro trimestre do ano passado e registrou prejuízo líquido de R$ 64,4 milhões de janeiro a março. A queda resultou de menor composição da receita - decorrente de menos obras em curso - de menos diluição sobre a receita de despesas gerais e administrativas e de despesas com vendas, e da piora na equivalência patrimonial do Jardim das Perdizes.
A equivalência patrimonial ficou negativa em R$ 8,01 milhões no primeiro trimestre, ante o valor positivo de R$ 19,5 milhões no mesmo período de 2016. O indicador piorou com a necessidade de mais provisões para distratos no Jardim das Perdizes e com a revenda das unidades distratadas com margens menores do que as das rescisões do trimestre.
A receita líquida teve queda de 36,3%, para R$ 100,35 milhões. A Tecnisa teve margem bruta negativa de 14,1%, ante o indicador positivo de 11,5% no primeiro trimestre de 2016. A fatia das despesas comerciais na receita cresceu de 5,1% para 7%. Já a relação entre despesas gerais e administrativas e a receita subiu de 17,8% para 23,9%.
Nominalmente, as despesas gerais e administrativas foram reduzidas em 14,5%, para R$ 23,99 milhões. Nos últimos 18 meses, a Tecnisa reduziu o quadro de funcionários em mais de 50%. A redução das despesas gerais e administrativas ocorrerá, principalmente, na segunda metade do ano, devido aos impactos das rescisões de contratos no primeiro semestre.
No início do mês, a companhia devolveu mais um dos andares que ocupava no Pátio Malzoni, edifício corporativo de padrão triple A, na zona Sul de São Paulo. A Tecnisa, que chegou a ocupar quatro lajes do prédio, está em um andar.
No primeiro semestre, a companhia não terá lançamentos. É possível, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Tecnisa, Flávio Vidigal, que a empresa volte a apresentar projetos no segundo semestre. "Temos R$ 2,5 bilhões em projetos aprovados para lançar se houver mercado", diz.
A companhia gerou caixa de R$ 61 milhões no trimestre. Com menos obras, há expectativa de continuidade de geração de caixa. As vendas líquidas da Tecnisa tiveram alta de 70,1%, para R$ 122,2 milhões. Os distratos caíram 38,7%, para R$ 83,5 milhões.
Recentemente, foi concluído o período de exercício de direito de preferência do aumento de capital da Tecnisa. Por enquanto, foram subscritas ações correspondentes a 90,3% da capitalização total de R$ 150 milhões. Se o aumento de capital chegar ao total, a alavancagem da Tecnisa medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido cairá para 48%. No fim de março, a alavancagem era de 57,6%. Segundo o executivo, a capitalização já começou a se refletir em custo de captação menor. A liquidação financeira da operação será no próximo dia 19.
