A Tenda afirma que começou negociações com seus credores para modificar os termos das suas cláusulas de endividamento após a relação entre a dívida e o seu patrimônio líquido disparar no primeiro trimestre, diz o BTG Pactual, após reunião com o diretor financeiro Marcos Pinheiro.
A construtora Tenda teve prejuízo líquido de R$ 67,3 milhões no primeiro trimestre, revertendo o lucro de R$ 36,8 milhões um ano antes. A receita somou R$ 581 milhões, queda de 4%.
A companhia está explicando as perspectivas aos credores, disse o executivo aos analistas Gustavo Cambauva, Elvis Credendio e Bruno Tomazetto e que as conversas estão sendo positivas até o momento. A Tenda quer melhorar sua geração de fluxo de caixa livre, o que pode incluir a venda de recebíveis sem garantia.
Pinheiro disse ao banco que a Tenda está focada em aumentar as margens brutas, notando que está aumentando preços e ainda há espaço para novos reajustes, com os números ainda abaixo de outras empresas e com a demanda se mantendo robusta. O executivo espera que o número chegue a 30%.
A companhia diz que os custos com trabalhadores superou expectativa após a revisão de 12,5% no salário mínimo, mas que não vai precisar revisar orçamentos de construção. Em materiais de construção, a empresa não vê o cimento crescendo muito mais que o reajuste de 16% anunciado recentemente.
A Tenda também falou aos analistas que se mantém com visão positiva sobre a Alea, marca para casas com estrutura de madeira, dizendo que não vão reduzir investimentos e que o foco agora é acelerar na aquisição de terrenos para alcançar suas metas operacionais sem pressionar o balanço da companhia.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para Tenda, com preço-alvo em R$ 40. Por volta das 10h45, a ação tinha alta de 0,41%, cotada a R$ 4,91
Matéria publicada em 19/05/2022