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08/08/2022

Tenda não deve aumentar volume de lançamentos, mesmo com as mudanças no Casa Verde e Amarela (Valor Econômico )

O presidente, Rodrigo Osmo, afirmou que, pelas contas da companhia, as alterações representam uma capacidade de ganho de preço de 2%, o que se refletiria em cerca de 1,5% de ganho de margem

O impacto das mudanças no programa Casa Verde e Amarela nas margens da Tenda foi o tema principal da teleconferência da incorporadora com analistas, na última sexta-feira (5), para falar sobre os resultados do segundo trimestre.

 

O presidente, Rodrigo Osmo, afirmou que, pelas contas da companhia, as alterações representam uma capacidade de ganho de preço de 2%, o que se refletiria em cerca de 1,5% de ganho de margem. Segundo ele, alguns projetos que antes não se sustentavam começaram a ficar mais atrativos depois das alterações. “É ajuste relevante, mas não é transformacional”, disse.

 

O executivo mostrou dúvida sobre a forma com que as alterações, como o aumento do prazo de financiamento imobiliário com recursos do FGTS de 30 para 35 anos e a possibilidade de usar os 8% de contribuição mensal ao fundo no pagamento das parcelas, deverá ocorrer na prática. Por isso, a empresa não deve planejar grandes aumentos de produção no momento. “Ainda estamos em compasso de espera, é cedo para dizer que vamos pisar no acelerador”, afirmou.

 

Osmo ressaltou o ganho de margem entre as novas vendas da Tenda, que subiu 5,1 pontos percentuais do primeiro para o segundo trimestre, para 28,8%, e lembrou que a projeção da companhia no início do ano era chegar a 28% ou 30% de margem só no final do ano. “Entramos no patamar que entendemos que seria saudável para a companhia mais rápido do que imaginamos”, disse.

Perguntado se as margens da companhia no trimestre seriam o fundo do poço do indicador, o diretor-financeiro, Marcos Pinheiro, afirmou que essa é uma possibilidade, mas que a empresa tem ponderado as expectativas. A margem bruta ficou em 12,2%, queda de 14,5 pontos percentuais na comparação anual. Em sua análise, as margens da Tenda podem alcançar o patamar das margens de novas vendas a partir do segundo trimestre do ano que vem.

 

Pinheiro destacou que a companhia conseguiu reduzir sua queima de caixa de R$ 241 milhões no primeiro trimestre para R$ 26 milhões entre abril e junho, com saldo de disponibilidade de R$ 20,6 milhões. Segundo Osmo, a empresa deve queimar menos caixa nos próximos dois trimestres e apresentar geração em algum momento de 2023.

 

Distratos

 

No segundo trimestre do ano, os distratos representaram 24% das vendas brutas da Tenda, ante 10,5% no mesmo período do ano passado e 20% nos primeiros três meses de 2022.

Osmo afirmou que o patamar de compras desfeitas deveria ser menor do que isso, e que espera reduzi-lo para a faixa de 15% quando a velocidade de venda, que está em queda, se estabilizar.

O presidente da empresa disse ainda que 76% das unidades distratadas foram revendidas dentro do trimestre. 

 

Materia publicada 05/08/2022 

FONTE: VALOR ECONôMICO