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22/01/2016

Títulos como CDBs superam a poupança com folga

Com a taxa Selic em um patamar elevado, o mercado está recheado de investimentos que acompanham a taxa básica de juros e oferecem retornos muito superiores aos da poupança. Entre eles podem ser citados os títulos emitidos por bancos.

Dentre os títulos bancários disponíveis no mercado hoje, as quatro principais opções para os investidores individuais são: os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Letras de Câmbio (LCs).

Todos eles são títulos que bancos – ou financeiras, no caso das LCs – emitem para se capitalizar. Os títulos são vendidos a investidores para que os bancos captem dinheiro para realizar suas operações de crédito. Assim, de um lado eles pagam ao investidor uma taxa para ele aplique seu dinheiro e na outra eles cobram taxas dos tomadores na concessão dos empréstimos.

E naturalmente, a taxa do empréstimo que você toma no banco é maior do que a taxa que o banco te paga quando você investe. É assim que eles obtêm seus lucros.

A diferença entre os títulos é que os CDBs e as LCs podem ser emitidos sem que haja um lastro, ou seja, uma garantia por trás do título emitido - sendo que o que diferencia os CDBs das LCs é que as LCs são emitidas por financeiras e os CDBs por bancos.

Já as LCIs e LCAs precisam ter lastro, ou seja, para que esses títulos sejam emitidos, o banco precisa ter operações de crédito - voltadas ao setor imobiliário no primeiro caso e ao agronegócio no segundo – em valores correspondentes aos dos títulos emitidos.

Além disso, as LCIs e LCAs são isentas de Imposto de Renda, enquanto os CDBs e LCs não.

Os bancos podem, portanto, emitir diferentes tipos de títulos e com taxas diversas, de acordo com o que eles precisam naquele momento. 

Quanto maior for a necessidade de se capitalizar, maior será a taxa oferecida pelo banco para atrair os investidores.

É aí que está a vantagem desses títulos bancários: eles podem oferecer taxas maiores do que aquelas oferecidas pelo Tesouro Direto e pelos bancos grandes, como a Caixa, o Bradesco, Itaú, etc.

A lógica por trás disso é a seguinte: enquanto os bancos grandes e o governo, emissor dos títulos públicos, possuem baixo risco de quebra, os títulos emitidos por bancos médios e financeiras apresentam mais riscos, assim, eles oferecem remunerações maiores para convencer o investidor a deixar seu dinheiro com eles.

E por mais que bancos menores sejam mais arriscados, os quatro títulos bancários aqui citados contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que, em caso de quebra da instituição, reembolsa aos seus investidores suas perdas até o limite de 250 mil reais.

Sendo assim, os títulos bancários aparecem como uma alternativa de investimento para quem busca aplicações de renda fixa, cuja forma de remuneração já é conhecida no momento da compra, mas quer rentabilidades maiores que aquelas oferecidas pela poupança, pelos grandes bancos e pelo Tesouro Direto.

De todo modo, vale ressaltar que nenhum investimento é 100% seguro, portanto, é sempre importante diversificar. Uma estratégia interessante, portanto, pode ser investir parte dos recursos no Tesouro Direto, que é mais seguro, e apenas parte em títulos de bancos médios, que apesar de oferecerem taxas mais atraentes em muitos casos, têm risco maior.

Mesmo que o FGC ofereça garantia sobre esses títulos, também é importante mencionar que em uma eventual quebra do banco, o reembolso pode demorar a ser pago. Assim, por mais vantajoso que seja o investimento e por mais que você aplique menos de 250 mil reais, é importante considerar todos os riscos envolvidos.

Comparação - Para mostrar as condições de compra, os investimentos mínimos exigidos, as taxas pagas e os prazos dos títulos bancários disponíveis no mercado hoje, EXAME.com solicitou a quatro instituições - Ativa, Modalmais, Órama e XP Investimentos - as condições de seus CDBs, LCIs, LCAs e LCs.

Como essas corretoras oferecem produtos não apenas de um banco, mas de vários, o levantamento permite visualizar, de modo geral, quais instituições estão oferecendo taxas mais atraentes e quais delas de fato superam o Tesouro Direto, a poupança e os bancos grandes. Confira a seguir.

Ativa - Os títulos oferecidos pela Ativa exigem investimento mínimo de 10 mil reais. No caso dos CDBs, a maioria tem remuneração pós-fixada e atrelada à taxa DI (taxa que fica muito próxima Selic e também costuma ser chamada apenas de CDI), o que significa que eles pagam um percentual sobre a variação dessa taxa.

Em sua prateleira, a Ativa possui CDBs que pagam entre 79% e 118% do CDI. Os prazos também variam bastante, alguns permitem resgate diário e outros podem ser resgatados apenas depois de três anos. A corretora também tem CDBs prefixados, que pagam taxas de 17,37% ao ano.

A título de comparação, o título público Tesouro Selic, vendido pelo Tesouro Direto, paga sempre 100% da taxa Selic, que fica muito próxima ao CDI e, dentre os títulos. 

Tesouro Prefixado disponíveis para compra hoje, a taxa máxima paga é de 16,72% ao ano (taxa válida para um título que vence em 2021).  A poupança, por sua vez, rende hoje cerca de 8% ao ano, o que corresponde a apenas 56% do CDI (considerando um CDI equivalente à taxa Selic, que está nos 14,25% ao ano). 

Já as LCAs pagam entre 86% e 98% do CDI, ou, no caso das prefixadas, 15,75% ao ano, lembrando que as LCAs não têm desconto de IR. E as taxas das LCs variam entre 112% e 116% do CDI, no caso das pós-fixadas, e entre 17,17% a 18,72% no caso das prefixadas.

Órama - Os títulos bancários oferecidos pela Órama exigem investimento mínimo de 5 mil reais. Os prazos partem de um ano e chegam a até três anos.

No caso dos CDBs, as taxas variam entre 114% e 120% do CDI. Já as LCS pagam entre 114% e 118% do CDI. As LCIs e LCAs, que são isentas de Imposto de Renda, pagam taxas entre 96,50% e 101% do CDI.

Os CDBs da XP Investimentos exigem aportes mínimos de 10 mil reais no caso dos títulos que não possuem liquidez (títulos que não podem ser resgatados a qualquer momento, apenas no vencimento) e de 30 mil reais no caso dos títulos que possuem liquidez.

As taxas dos CDBs variam entre 100,5% e 116% do CDI, sendo que alguns oferecem liquidez diária e outros chegam a ter prazos de até três anos. Dentre as LCIs e LCAs, as taxas variam entre 88% e 100,5% do CDI e os prazos partem de seis meses e vão até dois anos.A corretora também oferece em sua prateleira uma LC, que paga uma taxa de 114% do CDI. 

Todas as LCIs, LCAs e LCs possuem investimento mínimo de 30 mil reais. 

FONTE: EXAME ONLINE