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14/03/2016

Títulos incentivados têm apelo para grande investidor

As emissões voltadas para o público institucional estão muito reduzidas e hoje a demanda vem do investidor qualificado para títulos incentivados. Nesse cenário, os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), que ganharam nos últimos dois anos popularidade entre as companhias, surge como uma das opções para levantar caixa. Há apelo também para as debêntures de infraestrutura.

Daniela Meibak

As emissões voltadas para o público institucional estão muito reduzidas e hoje a demanda vem do investidor qualificado para títulos incentivados. Nesse cenário, os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), que ganharam nos últimos dois anos popularidade entre as companhias, surge como uma das opções para levantar caixa. Há apelo também para as debêntures de infraestrutura.

Pesquisa feita pelo Santander com grandes investidores mostra que entre os "private banks" e "family offices" com maior propensão a investir em crédito privado ao longo dos próximos meses, todas as casas pretendem aumentar a exposição nas debêntures que seguem as regras da Lei nº 12.431, com isenção de IR para o investidor pessoa física. Além disso, 83% desses investidores buscam CRAs e 67% certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).

A procura maior por esses papéis é resultado, em parte, dos vencimentos de letras de crédito imobiliário (LCI) e de letras de crédito do agronegócio (LCA) de bancos que não estão sendo renovadas em sua totalidade por falta de lastro, além da contínua migração para créditos corporativos vista nos últimos anos. "Tivemos indicação de um montante entre R$ 3,5 bilhões e R$ 6 bilhões de LCIs e LCAs que vencerão no primeiro semestre e não serão renovados", relata a pesquisa.

Após a demanda recorde para a emissão de R$ 107,6 milhões de CRAs da Bayer, com intenção de compra aproximadamente 40 vezes maior que o ofertado, outras operações estão na rua. A Duratex prepara emissão de pelo menos R$ 500 milhões em CRAs de seis anos e remuneração máxima de 102,5% da taxa interbancária (DI). Já a Suzano Papel e Celulose estrutura o mesmo valor com vencimento em quatro anos e taxa máxima de 99,5% do DI. Na semana passada, a BRF anunciou a intenção de emitir R$ 1 bilhão de CRAs, com prazo de três anos e taxa máxima de 96,5% do DI.

Já a Suzano Papel e Celulose estrutura o mesmo valor com vencimento em quatro anos e taxa máxima de 99,5% do DI. Na semana passada, a BRF anunciou a intenção de emitir R$ 1 bilhão de CRAs, com prazo de três anos e taxa máxima de 96,5% do DI.

"Entre as emissões no forno, 90% são incentivadas. Desse total, 75% são de CRA", afirma Guilherme Silveira, superintendente de distribuição de títulos de renda fixa do Santander. 

FONTE: VALOR ONLINE