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10/05/2022

Tivemos crescimento da carteira e melhora progressiva nas margens, diz presidente do Itaú

Carteira de crédito expandida somou R$ 1,032 trilhão, com expansão de 0,5% na comparação trimestral

Ricardo Bomfim e Álvaro Campos 

O presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, exaltou o crescimento da carteira do banco e a melhora progressiva nas margens no primeiro trimestre deste ano. A carteira de crédito expandida somou R$ 1,032 trilhão, com expansão de 0,5% na comparação trimestral e de 13,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A única linha da carteira que apresentou queda foi a da América Latina, que, de acordo com o executivo, teve um impacto de R$ 30 bilhões da apreciação cambial. 

Em entrevista coletiva, Maluhy ressaltou que foram conquistados 5,7 milhões de clientes digitalmente nos três primeiros meses de 2022. “No saldo, nos volumes e nos spreads tivemos crescimento importante”, acrescentou. No caso da carteira de pessoas físicas, ele lembrou que houve mudança de mix desde 2019, de modo que hoje 53% do portfólio tem garantia. 

“A carteira Brasil teve mudança de mix. Ganhamos mais velocidade nos negócios garantidos como crédito imobiliário e veículos”, destaca. “Temos conseguido fazer transição de carteira flexibilizada de forma muito tranquila.” 

Entretanto, Maluhy lembrou que carteiras, como a de financiamento imobiliário e de consignado, acabam sofrendo quando há aumento da taxa de juros. “Temos observado queda na demanda do imobiliário, em função da alta de juros”, comenta. Por outro lado, o executivo afirmou não enxergar mudança significativa no mix da carteira. “O atual nos parece bastante adequado.” 

Crescimento da inadimplência já era previsto 

O aumento da inadimplência no primeiro trimestre de 2022 era esperado e já constava no guidance (projeções), segundo o presidente do Itaú. De acordo com ele, o banco tem plenas condições para atravessar 2022 com um balanço robusto. 

“Na inadimplência esperamos normalização gradual, isso falo desde o terceiro trimestre do ano passado. Passamos 2020 e 2021 com atrasos nos pagamentos nos mínimos históricos”, afirma. “A inadimplência deve se normalizar dentro do que era no pré-pandemia.” 

Dentro deste cenário, o executivo projeta que nos próximos trimestres ainda se deve observar algum aumento na inadimplência. “Não tem razão por que achar que indicadores de inadimplência não vão voltar para níveis pré-pandemia.” 

Apesar disso, Maluhy destaca que o nível das provisões não deve aumentar, pois o banco teria cobertura adequada o bastante para os cenários que vêm pela frente. O índice de inadimplência de mais de 90 dias do Itaú no primeiro trimestre foi de 2,6%, ante 2,5% em dezembro e 2,3% em março do ano passado. Já a inadimplência de 15 a 90 dias cresceu a 2,1%, de 1,8% no final do trimestre anterior e 2% no mesmo período de 2021. 

Maluhy ressaltou que sempre no primeiro trimestre há um aumento sazonal na inadimplência de curto prazo. “Há um aumento em março, sem nenhum comportamento atípico, por causa dos muitos compromissos como impostos e matrículas de escolas. Eles puxam os atrasos mais curtos”, avalia o executivo. 

(Matéria publicada em 09/05/2022)

FONTE: VALOR INVESTE