A Trisul e a Even Construtora e Incorporadora apresentaram, ontem, melhora dos respectivos resultados líquidos no terceiro trimestre na comparação anual. Enquanto o lucro da Trisul cresceu 122%, para R$ 21,1 milhões, o prejuízo da Even foi reduzido em 52%, para R$ 12,4 milhões. Já a Viver Incorporadora reverteu lucro de R$ 17,8 milhões e registrou perda de R$ 72 milhões, e o prejuízo da Rossi Residencial aumentou 1,5%, para R$ 158,3 milhões.
A receita líquida da Trisul aumentou 26%, para R$ 153,4 milhões. A margem bruta da companhia passou de 28,2%, no terceiro trimestre de 2017, para 34,7% de julho a setembro de 2018.
No caso da Even, a receita caiu 19%, para R$ 395,1 milhões. A margem bruta ficou em 27,7%, estável na comparação anual. A Even gerou caixa de R$ 89,9 milhões no trimestre. A companhia espera recuperação de margens e retorno à lucratividade em 2019, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Vinicius Mastrorosa. "Temos expectativa de que 2019 seja um ano muito bom", afirma o executivo. A Even estima que o próximo ano será o melhor em lançamentos desde 2014.
Mastrorosa ressalta que a Even tem dado continuidade ao seu plano estratégico baseado na busca de eficiência, redução das despesas gerais e administrativas e da alavancagem e na venda de estoques. "Nosso planejamento estratégico nasceu com foco na melhora do retorno de capital da companhia", diz. Segundo ele, o que falta para aumento do retorno sobre patrimônio (ROE) é a retomada de patamares mais elevados de lançamentos e vendas.
A Even espera continuidade da redução de estoques prontos no próximo ano e forte diminuição dos distratos. De janeiro a setembro, as vendas de unidades concluídas somaram R$ 600 milhões, o que indica valor anualizado inferior ao R$ 1 bilhão comercializado em 2017. As entregas previstas para 2018 vão somar menos de R$ 1 bilhão, ante valor superior a R$ 2 bilhões em 2017.
Em relatório, a Viver informou que seu prejuízo do trimestre resultou de despesas financeiras não recorrentes para quitação de dívida com o Bradesco. No dia 19 de outubro, foi finalizada negociação em que fundo da gestora Jive comprou dívida de R$ 420,4 milhões que a Viver tinha com o Bradesco. O Jive recebeu R$ 123,1 milhões em dação de unidades e recebíveis e o restante em papéis da Viver, tornando-se seu maior acionista, com fatia de 38%.
Com a conversão do saldo da dívida em ações na operação, houve impacto positivo de R$ 297 milhões no patrimônio líquido da Viver. Considerando-se os efeitos da operação, a companhia teria apresentado patrimônio líquido positivo de R$ 120 milhões no fim do terceiro trimestre.
A receita líquida da Viver aumentou de R$ 143 mil, no terceiro trimestre do ano passado, para R$ 4,7 milhões de julho a setembro. A margem bruta ajustada ficou negativa em 16,9%. A Viver registrou vendas líquidas de R$ 1,7 milhão, no terceiro trimestre, ante o indicador negativo de R$ 5,3 milhões no mesmo período de 2017.
A Viver informou que vai manter suas atenções na implementação do plano de recuperação judicial e na retomada da lucratividade, inclusive por meio da nova unidade de negócios ServRE, com foco em serviços imobiliários.
No trimestre, a Rossi contabilizou perdas de R$ 22,7 milhões na dação de imóveis ao Bradesco e Santander. Houve transferência de unidades para os dois bancos, no total de R$ 125,3 milhões. A dação de ativos faz parte da reestruturação dos passivos da Rossi, com diminuição de R$ 245,5 milhões na dívida total.
No trimestre, o prejuízo financeiro da Rossi aumentou 18,4%, para R$ 56,7 milhões. A companhia gerou caixa de R$ 285,7 milhões de julho a setembro.
Os custos administrativos da Rossi diminuíram 51% no trimestre. A redução de despesas gerais e administrativas deve prosseguir por mais alguns trimestres, de acordo com a companhia e será "alicerce para a retomada do ciclo de lançamentos". Desde o início de 2014, a Rossi cortou o quadro de funcionários em 83%.
As vendas líquidas da Rossi cresceram 51,2%, no trimestre, para R$ 18,6 milhões. A companhia registrou vendas brutas de R$ 75,5 milhões, com queda de 48,8%, e distratos de R$ 56,9 milhões, com redução de 57,9%. Desde o terceiro trimestre de 2017, quando lançou R$ 14,3 milhões, a Rossi ainda não apresentou projetos ao mercado.