A Trisul tem potencial para lançar R$ 1 bilhão em empreendimentos imobiliários, neste ano, se as condições de mercado se mantiverem e a companhia sentir que há demanda para os produtos, segundo o presidente, Jorge Cury. A meta oficial de Valor Geral de Vendas (VGV) a ser apresentado ao mercado é de R$ 700 milhões a R$ 800 milhões.
No primeiro trimestre, a incorporadora lançou R$ 272 milhões, o que corresponde a um VGV anualizado de R$ 1,088 bilhão. As vendas brutas cresceram 50%, para R$ 256 milhões, e as vendas líquidas aumentaram 65%, para R$ 240 milhões. As vendas brutas, para as quais a Trisul tem meta semelhante à dos lançamentos, também podem chegar a R$ 1 bilhão, de acordo com Cury.
Segundo o empresário, o desempenho operacional da incorporadora tem resultado da combinação de empreendimentos de qualidade e com boa localização, com o retorno dos investidores à compra de imóveis decorrente da taxa de juros Selic em patamar baixo. "Com menos esforço, vendemos mais", diz Cury.
Em entrevista ao Valor publicada ontem, o presidente do Secovi-SP, Basílio Jafet, afirmou que associados da entidade têm sinalizado que as visitas aos plantões de vendas de empreendimentos de média e alta renda caíram desde o mês passado. Mas, segundo o presidente da Trisul, o ritmo de vendas de imóveis da incorporadora continuou "muito bom" em abril.
Há dois projetos da Trisul com lançamentos previstos para este trimestre, com VGV que soma R$ 250 milhões, um destinado às classes média e média-alta e outro enquadrado nas faixas 2 e 3 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. A incorporadora desenvolve projetos residenciais para as rendas média e média-alta nas zonas Oeste e Sul da cidade de São Paulo, que respondem por dois terços de seus lançamentos. O outro terço é destinado a empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida, nas proximidades de estações de metrô mais afastadas.
Em função de incertezas em relação a recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o programa habitacional, a Trisul vai avaliar a possibilidade de direcionar o terço de lançamentos enquadrado no Minha Casa para faixa de imóveis econômicos logo acima, com valor por unidade de R$ 250 mil a R$ 350 mil. "Vamos refletir sobre isso nos próximos dois trimestres", afirma Cury.
De janeiro a março, a Trisul teve lucro líquido de R$ 26,56 milhões, com alta de 106% na comparação anual. A receita líquida cresceu 50% para R$ 180,98 milhões, em decorrência do aumento das vendas da companhia. A margem bruta passou de 31% para 31,8%, e a margem bruta ajustada ficou estável em 34%.
Segundo o presidente, a Trisul espera melhora da margem bruta, como consequência da expectativa de elevação de preços de imóveis dos padrões médio e médio-alto a partir deste trimestre. Por outro lado, tem havido pressão de preços de aço e concreto, de acordo com Cury, e os vendedores de terrenos estão aceitando menos permuta como forma de pagamento e menos parcelas.
No fim de março, a alavancagem da Trisul medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido era de 24%, ante 30% em dezembro. "Nossa dívida líquida está cada vez mais baixa", diz o presidente da companhia.
