De acordo com um levantamento exclusivo feito pela agência Brain Inteligência Estratégica a pedido da Confraria Imobiliária de Curitiba, a prefeitura da capital emitiu 85 alvarás de construção para novos empreendimentos imobiliários desde o início do semestre. “Não dá para garantir que todos virão a mercado ainda em 2023, mas já são pré-anúncios de construção, tapumes espalhados pela cidade. Ou seja, os prédios vão sair”, explica Guilherme Werner, sócio consultor da Brain.
É comum que mudanças de cidade aconteçam no início do ano, mas as pessoas começam a procurar imóveis no final do ano anterior, por uma questão de planejamento. Por isso, tradicionalmente os lançamentos das incorporadoras são programados para o segundo semestre. “Pela minha experiência, entendo que a partir de agosto as pessoas se preparam muito mais para trocar de casa, visto que esse é um desejo baseado no planejamento”, argumenta Carlos Eduardo Canto, presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba, profissional com 46 anos de atuação no mercado imobiliário.
Oferta e procura em alta
A procura pelo imóvel ideal tem movimentado as imobiliárias da cidade. Fernando Thá, proprietário da imobiliária TDI, conta que com a grande quantidade de empreendimentos disponíveis no mercado, o consumidor está sabendo negociar. “São muitos imóveis ofertados e por isso a decisão do cliente está mais demorada, pois ele quer procurar e ver o melhor negócio para ele. Mas, isso demonstra um mercado aquecido e que deve ficar mais atraente ainda”, comenta.
Waldir Chinasso, proprietário da Imóveis de Primeira, conta que o foco da imobiliária é nos lançamentos e que as vendas não param. “Posso dizer que o começo de semestre está muito bom, já tendo ultrapassado o mesmo período do ano passado em volume geral de vendas”, afirma.
Segundo ele, o consumidor da imobiliária procura por diferenciação e, se encontrar o imóvel ideal, certamente vai fazer negócio. “Temos uma verdadeira universidade de vendas e com isso conseguimos formar os melhores corretores. Só assim, com profissionais bem treinados para oferecer o que o cliente deseja, é que se faz bons negócios em um mercado extremamente competitivo”, completa Chinasso.
Investimento seguro
Sócio-diretor da SYM Imóveis, Cristiano Viana lembra que investir em imóveis sempre traz segurança para o comprador, independente do momento vivido pelo mercado financeiro. “Historicamente, o segundo semestre sempre foi o de maior volume de vendas e poder de compra do mercado imobiliário. E este ano não está sendo diferente, visto que existe uma programação de lançamentos extensa e eu acredito que o volume será relativamente alto. Por outro lado, vivemos um momento de juros ainda altos, então entendo que o imóvel traz segurança para o investidor”, explica.
É a mesma linha de pensamento do proprietário da 7 Imóveis, Rafael Camargo. Profissional com mais de 15 anos de experiência no mercado imobiliário, ele entende que o primeiro semestre gerou desconfiança no investidor, mas a tendência é esse cenário mudar daqui até o final do ano. “Um ano pós-eleição costuma ser de retração, mas no segundo semestre as empresas pagam bonificações aos funcionários e com mais dinheiro circulando a expectativa é de vendas em alta. Agosto foi um mês bom para nós e estamos com perspectivas muito altas para o último quadrimestre do ano”, conta.
Para não deixar dúvidas, o presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba cita uma velha máxima do mercado imobiliário. “Os imóveis sempre foram uma garantia de ganhos a médio e longo prazo para proteger os recursos do investidor em qualquer situação econômica que se encontre o país. Portanto, nunca vai deixar de existir uma demanda por imóveis, visto que historicamente eles são um dos investimentos mais estáveis do mercado”, finaliza Carlos Eduardo Canto.