Bauru (SP) é casa para mais de 30 mil estudantes que saíram de suas cidades em busca de cursar uma faculdade. A presença destes jovens movimenta e aquece o mercado imobiliário do município, principalmente nessa época do ano, quando novos universitários estão chegando na cidade.
Em algumas imobiliárias, o movimento de locação de estudantes chega a 20%. As kitnets e os pequenos apartamentos, com um quarto, são os mais procurados pelos estudantes em áreas centrais e também próximos das universidades.
É uma boa oportunidade para investidores e também para alguns pais desses estudantes. De acordo com Vanderlei Hanisch, proprietário de uma imobiliária de Bauru, muitos optam por comprar um imóvel e, futuramente, colocá-lo para locação.
"Tem aqueles pais que têm condições de comprar, eles fazem as contas de quanto vão gastar nos quatro anos de locação, em média, e o mercado estando aquecido é um investimento. O estudante vai morar nesse período e depois ele pode colocar na locação e ainda obter um lucro."
Dividindo gastos e experiências - No entanto, diferente de pais que conseguem investir na cidade, há aqueles que fazem um esforço danado para manter os filhos estudando. Nesse caso, os estudantes muitas vezes optam por dividir um apartamento e até montar as famosas "repúblicas".
O que também movimenta o mercado de locação, muitas vezes de casa maiores, onde os estudantes dividem as despesas. Este é o caso da estudante Natália Cunha, que mora com outros colegas em uma casa, conhecida como República Maria Fumaça.
Na república moram cinco amigos e a divisão de tarefas está exposta na sala em uma planilha. Os atritos entre os moradores são resolvidos no diálogo.
"Viver em república é você saber que tem sempre alguém para contar, que você vai chegar em casa e seus amigos vão estar lá para você dividir algum problema e tentar encontrar a solução", afirma Matheus Souza.
Os gastos tem que ser controlados também porque a grana é curta e as despesas são muitas. Por isso a opção por criar repúblicas e dividir imóveis também atrai esses estudantes e ajuda a movimentar o setor em cidades como Bauru, com perfil universitário.